10 Versículos sobre nossa verdadeira identidade em Cristo

“Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor”, foi o que disse o Mestre dos mestres em Mt 10:25. Muito se tem dito hoje em dia a respeito do assunto “a nossa verdadeira identidade em Cristo“, isto é, no Salvador, o Filho de Deus. E de fato, há muito a se dizer a respeito disso. Neste breve estudo bíblico reunimos alguns versículos e nos propomos a mostrar e explicar algumas coisas a respeito dessa tão dita “identidade em Jesus”. Algumas delas não são tão ditas nem vividas por aí à fora, mas veremos se não seria interessante recuperá-las.

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Qual versículo bíblico fala sobre a nossa identidade em Cristo?

Na verdade, a palavra “identidade” sequer existe na Bíblia. É claro que ela define o caráter de um ser, e por isso, examinando o caráter de “Cristo”, muitas pessoas cuja fé nele é sincera procuram se identificar com ele, para segui-lo e imitá-lo. E de fato nós temos que fazer isso, pois como vimos, ele disse, “basta ao discípulo ser como seu mestre”.

Portanto, para definir o que seria de fato nossa verdadeira “identidade em Cristo”, vamos fazer uso de alguns versículos que seus discípulos escreveram, e que definem o que eles se tornaram ao acreditar nele e exercer fidelidade a Deus por meio dele. Assim, vamos então aplicar o que eles ensinaram ao nosso contexto atual.

Para montar esse estudo, vamos pegar alguns trechos de algumas cartas que seus discípulos escreveram e que definem qual era a “identidade” que eles receberam “em Cristo”. Não vamos fazer mais porque não estamos escrevendo um livro agora 🙂

1) Nossa “identidade em Cristo” é de pessoas perdoadas por Deus.

Sabemos que todos somos pecadores; prevaricamos contra Deus e desobedecemos seus mandamentos. Infelizmente, por herança, recebemos uma tradição cheia de pecados e transgressões contra os princípios divinos. Mas, por meio de seu filho amado, que Ele ungiu como pregador de Sua palavra e guia de seu povo (Lc 4:16; Mt 2:4-6), podemos encontrar novamente o caminho para Deus e recuperar a verdadeira identidade que devemos ter Nele! (veja 1 Pe 1:18-19)

Mas para recuperar o verdadeiro ser humano que devemos ser ao nos unirmos com o Filho de Deus, naturalmente Ele deve antes perdoar nossas transgressões. É neste ponto que Deus oferece Seu filho como sacrifício propício para carregar nossos pecados e, através de sua morte, obtermos seu perdão.

Mediante a graça divina, sem merecê-la, todos recebem a condição de serem considerados justos diante dele, por meio do ato que nos redime de nossa escravização ao pecado, realizado pelo Messias Yeshua. Deus ofereceu Yeshua como kapparah (propiciação) pelo pecado, mediante sua fidelidade no tocante ao sangue da sua morte sacrificial…

Romanos 3:24-25a, Bíblia Judaica Completa; (parênteses) nossos.

Portanto, não devemos mais seguir o pecado, ou seja, a nossa verdadeira “identidade em Cristo”, isto é, no ungido Filho de Deus, define que nós não temos mais prazer em desobedecer a palavra, os ensinamentos e mandamentos de Deus (o pecado é a desobediência a Deus, vide 1 Jo 3:4).

Veja também Romanos 6:3-11.

2) Não temos condenação na nossa “identidade em Cristo”.

Acabamos de falar que fomos perdoados por Deus e portanto não seguimos mais ao pecado, isto é, a desobediência aos ensinamentos e ordenanças divinas.

Porém, por vezes na vida, voltamos a sentir culpa pelos erros anteriormente cometidos. Mas, como já dito, Deus nos perdoou de nossas falhas passadas, e se nos apegarmos de fato a essa nova identidade de obediência e santidade, nenhuma condenação haverá para nós, portanto nenhuma culpa.

Portanto, não há mais nenhuma condenação esperando por aqueles que estão em união com o Messias Yeshua.

(Romanos 8:1 BJC)

3) Somos um só corpo através da nossa nova “identidade em Cristo”.

A nossa unificação com o Senhor nos proporcionou união em um mesmo pensamento e modo de vida. Seus discípulos comparavam-se como sendo apenas um corpo ao estarem unidos com ele.

da mesma forma, somos muitos, e unidos ao Messias compreendemos um único corpo, e cada um de nós pertence aos outros.

Romanos 12:5 BJC

Mesmo as nossas diferenças agora nos unem! Mas nos referimos, claro, às diferenças de nossas características pessoais e às nossas aptidões; pois não deveria haver entre nós desarmonia de pensamento e conduta, porque nós não somos a cabeça desse corpo, mas sim o Ungido! Por isso devemos segui-lo, porque ele nos conduz a viver corretamente de acordo com a vontade de Deus (vide Jo 14:11-12).

4) Em nossa identidade em Cristo, somos santificados.

à congregação de Deus que está em Corinto, aos santificados unidos ao ungido Yeshua, chamados para ser santos, com todos os que em todos os lugares invocam o nome de nosso Senhor Yeshua, o ungido, Senhor deles e nosso.

1 Coríntios 1:2; adaptado por nós de uma Bíblia comum.

Algumas pessoas, tentando definir o que é santidade, se referem a ela como um estilo de vida. No entanto, a santidade ultrapassa um mero modo religioso de se viver. A santidade, na verdade, está intimamente atrelada à prática dos mandamentos de Deus! Ou seja, santo é aquele que pratica os mandamentos de Deus (que se santifica para Ele); e isso, desde o início, o próprio Deus explica em Sua santa palavra.

Portanto, consagrem-se – vocês devem ser santos, pois eu sou ADONAI, o Deus de vocês. Guardem meus regulamentos e a eles obedeçam; eu sou ADONAI, que os separa para serem santos.

Vayikrá [Levítico] 20:7-8 BJC

Sendo assim, o Mestre afirma em uma de suas orações finais que ele mesmo se santificava em favor de seus discípulos, veja Jo 17:19. Então, isso significa que ele se mantinha na prática da palavra de Deus, isto é, de seus mandamentos, ordenanças e princípios (cf. Jo 15:10).

Portanto, nós também devemos procurar o aperfeiçoamento à obediência dos mandamentos de Deus (a santidade) ao assumirmos a nossa verdadeira “identidade em Cristo”, isto é, a nossa identificação com o senhor Yeshua, o ungido Filho de Deus (Mt 16:16; Mc 14:61; Lc 4:41; Jo 6:69; 20:31).

(Para mais detalhes, leia o estudo “O que é ser santo de acordo com as Escrituras Sagradas“).

5) Nova criatura!

Dessa forma, se alguém estiver unido ao Messias, é uma nova criação – a antiga já passou; vejam, o que há agora e diferente e novo!

2 Coríntios 5:17 BJC

Como estamos descrevendo, velhos hábitos, maus e pecaminosos, não agradáveis a Deus, são deixados para trás por aqueles que se uniram ao Messias Yeshua, pois eles de fato assumem nova identidade!

Veja que Paulo, cujo nome original é Shaul (Saul) é muito mais profundo e autoexplicativo ao escrever esta mensagem. Pois no v. 14 ele afirma que o amor do Messias nos une, porque passamos a considerar que se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu para que os que vivem agora, não vivam mais para si, porém para aquele que por eles morreu. E por fim é essa mesma morte do Messias/Ungido que nos leva à reconciliação com Deus, pois assim como ele foi obediente e agradável a Deus, os que se unem a ele também, naturalmente, serão (veja Jo 8:29). É isso que os torna uma nova criatura no final das contas.

(Veja também o estudo: Nova Criatura, eu sou?).

6) Unidos ao Messias, somos filhos de Deus!

Assim, a Torah serviu de tutor até a vinda do Messias, para que pudéssemos ser declarados justos com base na confiança e na fidelidade. Agora, porém, tendo chegado o tempo dessa fidelidade decorrente da confiança, já não estamos mais sob o controle do tutor. Porque, em união com o Messias, todos vocês são filhos de Deus por meio dessa fidelidade decorrente da confiança…

Gálatas 3:24-26 BJC

O texto acima, basicamente, está dizendo que aTorá (Lei de Deus) nos conduziu até o Messias, para que nele víssemos o perfeito exemplo de obediência a Deus. Ora, vendo o homem perfeito indicado na Torá, que perfeitamente obedeceu a Deus, temos nossa confiança aumentada/aperfeiçoada. Uma vez que nossa confiança está firme, podemos exercer fidelidade a Deus e assim nos tornarmos seus filhos, como Yeshua se tornou (cf. Rm 1:4). É por isso que aqueles que estão unidos ao Messias/Ungido Yeshua são filhos de Deus, porque, como ele, exercem fidelidade ao Criador, bendito para sempre; amén.

Logo, a Torá de Deus, através de seus mandamentos, indica qual seria o tipo de homem perfeito de acordo com Deus; Yeshua foi este homem perfeito, e ele é o nosso guia para sermos também (para obedecermos a Deus). Então a nossa união com ele inevitavelmente promove a nossa perfeição, a medida que vamos progredindo na obediência aos estatutos de Deus.

(Veja mais detalhes no estudo “Como praticar a palavra de Deus da forma correta“).

7) Quem tem identidade “em Cristo” pratica boas obras.

Porque somos feitos por Deus, criados em união com o Messias Yeshua para a vida de boas ações já preparadas por Deus para serem realizadas por nós.

Efésios 2:10 BJC

Nossa união com o Messias (“identidade em Cristo”) naturalmente deve nos tornar pessoas praticantes de boas obras. Haja vista que é isso que identificará os que são dele quando ele vier em sua glória, basta ler Mt 25:31-40. Neste texto são descritas, basicamente, o que seriam essas boas obras. O resumo é:

• Os que são unidos ao Messias dão de comer a quem tem fome;
• Dão água a quem tem sede;
• São hospitaleiros;
• Vestem os carentes;
• Ajudam os doentes;
• Tem misericórdia dos errantes;
• etc.

Veja também Ef 5:2.

(Veja ainda o estudo da relação entre fé e obras aqui).

8) Unidos ao Messias, nos unimos ao seu povo!

Infelizmente, isso é uma coisa tão clara em qualquer tradução bíblica, mas que poucos estão se deixando perceber ou não estão tendo ideia do que seja: a nossa unificação com o povo de Israel! Por isso, usaremos aqui uma tradução bíblica comum para mostrar que é possível perceber cenários mais específicos da chamada “identidade em Cristo” que, infelizmente, não estamos percebendo muito bem…

Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

(Efésios 2:11-13 ACF)

Sim, o texto aqui está falando de etnia, de povo, pois é o povo que carrega consigo a identidade de seu chefe, fundador ou ancestral. Neste caso, Israel carregaria consigo a identidade de Deus! Se assim podemos chamar. É claro que este povo cometeu não poucas falhas e transgressões ao longo do tempo no passado, o que não vem ao caso agora; porém mesmo assim não deixaram de ser o povo escolhido de Deus (vide Rm 11:1-5).

Então, em primeiro lugar, o texto acima está afirmando que algumas pessoas naquela comunidade de Éfeso eram “gentios”, isto é, sua etnia, além de costumes e crenças, pertencia a outras nações; eles não eram israelitas naturais e portanto não conservavam uma identidade proveniente de Deus.

No entanto, algo os aproximou da nação/comunidade de Israel, e os tornou participantes das alianças e promessas de Deus juntamente com este povo. Observe que é dito que eles eram gentios, isto é, pertencentes a outras nações, costumes e crenças, porém agora não são mais. O autor do texto deixa claro que essa aproximação foi promovida pelo “sangue de Cristo”, ou seja, pelo sangue do homem ungido (Yeshua/Jesus), que foi sacrificado para atrair outras pessoas e uni-las com Israel, o povo de Deus. Porque é através deste povo, o povo do Messias, que Deus dá sua identidade ao mundo! (vide Rm 9;4; Sl 147:19-20)

Então, se assumimos uma “identidade em Cristo”, isto é, se nos unimos ao Ungido Yeshua, então naturalmente deveríamos estar unidos ao povo dele também, servindo a Deus juntamente!

Mas em vez disso, infelizmente, certos homens do passado legaram ao mundo um histórico de rejeição, separação e até ódio ao povo eleito. E o reflexo disso hoje em dia é a continuidade das diversas ramificações da religião que eles fundaram, à parte do povo de Deus; religião esta que, através de novas interpretações teológicas, ensinou ao mundo várias justificativas para não obedecer diversos mandamentos e tradições da Lei divina. Realmente, até os dias de hoje, pessoas boas têm sido enganadas por ensinamentos falsos que se apresentam como sendo bons e verdadeiros.

Graças a Deus! Yeshua, o ungido, nos guiou e nos capacitou a participarmos das mesmas bênçãos que o povo santo, se nos unirmos a este, e se tão somente formos fiéis junto com os fiéis deste povo! (vide Ef 3:6; Rm 11:16-18)

(Obs.; Estamos nos conectando ao povo de Israel sendo orientados pela Comunidade Judaica Netzarim do Pará. Para mais informações, visite ou faça contato pela página Kehilá Netzarim-PA no Facebook ou pelo WhatsApp aqui).

9) A humildade também faz parte de nossa identidade agora.

Humildade é a qualidade de quem é modesto, simples, e não expressa vaidades. Aquele que tem consciência de suas limitações; modéstia. Quem expressa algum tipo de submissão em relação aos seus superiores; subordinação. É assim que o Dicionário de Português define a palavra “humildade”.

Imagina quanta lição temos que extrair disso?! Mas a vida do nosso Messias fala por si só:

Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar do ungido Yeshua, que, mesmo existindo na forma de uma autoridade suprema¹, não considerou o ser igual a essa autoridade algo que deveria ser retido a qualquer custo. Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante a qualquer dos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Yeshua se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que Yeshua, o ungido, é Senhor, para glória de Deus Pai.

Filipenses 2:5-11; adaptado por nós de uma bíblia comum.

1. Autoridade suprema: de acordo com o significado original da palavra “elohim” e o contraste entre autoridade/servo, vide Êx 4:16 e 7:1, por exemplo.

O quanto estamos longe da humildade que o Messias nos mostrou! Você não acha?!

Não tendo um local para nascer, ele nasceu num estábulo, em uma manjedoura … emprestada;
Ele pregou sua mensagem dentro de barcos … Emprestados;
Yeshua entrou em Jerusalém de modo triunfante para cumprir uma profecia, montando num simples jumentinho … Emprestado;
Ele tomou sua última refeição de Páscoa em um grande quarto com os discípulos … Emprestado;
Sendo ele Rei dos reis, levou na cabeça uma coroa de espinhos … Emprestada;
Foi pendurado numa cruz que não era para ele mesmo … Emprestada;
Também foi colocado em um sepulcro novo … Emprestado;

Porque nada trouxemos para este mundo e é certo que nada podemos levar dele. Tendo, porém, comida e vestuário, estejamos com isso contentes.

1 Tm 6:7

10) Nossa união com Yeshua nos traz paz.

E a shalom (paz) de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará seu coração e mente em união com o Messias Yeshua.

Filipenses 4:7 BJC; (parênteses) nossos.

Saul já havia explicado em outra carta que, quando confiamos no Messias e praticamos a palavra de Deus à exemplo dele, somos então justificados de nossos pecados, e por isso adquirimos paz com Deus (Rm 5:1).

Agora, numa espécie de “antídoto” contra a ansiedade, que desde tempos antigos assola vários corações, ele afirma que nossa união com Yeshua, o ungido, nos trará paz. Isso porque, como ele (Yeshua) orou a Deus e foi ouvido em suas aflições, nós também o seremos (cf. Fp 4:6; Hb 5:7; Jo 16:32-33). Haja vista que ele chegou ao ponto de ser muito maltratado e até morto, mas foi ressuscitado pelo ETERNO!

Por isso, no final das contas, Deus é fiel, e nossa união com Yeshua/Jesus, Seu filho, nos traz descanso e paz porque, do mesmo modo que ele andou com Deus e por fim obteve da paz Dele, nós também, se agirmos do mesmo modo.

Nossa identidade completa.

Em resumo, através da nossa “identidade em Cristo”, ou melhor dizendo, por meio da nossa união com o Messias/Ungido Yeshua, nós:

1. Somos perdoados por Deus;
2. Não sofremos mais a condenação de nossos pecados anteriores;
3. Somos um só corpo (unidos);
4. Somos santificados (praticantes da palavra de Deus);
5. Nos tornamos nova criatura;
6. Somos/seremos filhos de Deus;
7. Praticamos boas obras, caridade ou justiça social;
8. Somos unidos ao povo eleito (Israel);
9. Nos vestimos de humildade e
10. Recebemos a paz.

É claro que há muitas outras coisas das quais desfrutamos através de nossa união com Yeshua, o ungido; porém, eu mencionei estas poucas para nos servir de orientações básicas instrutivas. Comente abaixo se você se lembrar de mais alguma(s).