Todo o conteúdo abaixo trata-se do capítulo 15 do livro “Dízimo não é obrigatório e devorador não é demônio”, do pastor Jardel Fernandes, e explica como e quando começou a ser cobrado o dízimo (atual) na igreja.
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Como podemos ver até aqui, a prática dos dízimos não foi exercida pela igreja primitiva nem pelos apóstolos no I século, nem pelos pais da igreja que vieram do segundo ao VI século, nem por pregadores renomados
como Charles Spurgeon e outros, e muito menos pelos reformadores no século XVI, porém, uma pergunta precisa ser respondida: onde, e quando se iniciou a prática da cobrança de dízimos na igreja?
De acordo com o estudo da CNBB 8, o livro da pastoral do dízimo da Igreja católica apostólica Romana, liderada hoje pelo seu maioral, Papa Francisco, reconhecem o que é dito por grande parte dos
historiadores e estudiosos que o dízimo foi instituído pela própria igreja católica com o apoio de governantes políticos:
A praxe de contribuir para cobrir as necessidades da Igreja ia se difundindo no Ocidente. Havia, porém, exceções da parte dos contribuintes.
Em vista disto, os Concílios foram intervindo nesse setor. O Sínodo Regional de Tours (Gália), em 567, promulgou, por exemplo, a seguinte determinação: “Instantemente exortamos os fiéis a que, seguindo o exemplo de Abraão, não hesitem em dar a Deus a décima parte de tudo aquilo que possuam, a fim de que não venha a cair na miséria aquele que, por ganância, se recuse a dar pequenas oferendas…
Por conseguinte, se alguém quer chegar ao seio de Abraão, não contradiga o exemplo do Patriarca, e ofereça a sua esmola, preparando-se para reinar com Cristo”.
Esta é a primeira recomendação de dízimo feita pelos bispos, já não como pregadores ou doutores, mas como legisladores.
Contudo, note-se que não impuseram sanção aos transgressores. A justificativa apresentada pelo referido Concílio de Tours em favor dos dízimos, era a necessidade de expiar os pecados da população, sobre a qual pesavam guerras e calamidades.
Como podemos ver não existe imposição de sanções aos transgressores, porém podemos perceber claramente a apelação e a pressão psicológica nessas palavras.
A própria igreja reconhece que esta foi a primeira recomendação sobre dízimos da parte dos bispos, pois como temos falado, a doutrina do dízimo não existia na igreja até este momento.
O referido concílio de Tours apresentou a justificativa de que o dízimo tinha que ser dado para expiar os pecados da nação diante das guerras e calamidades em que estavam vivendo.
Continuemos vendo o que o livro 8 da pastoral do dízimo da igreja católica romana relata:
Mais um passo foi dado no Concílio de Macon (Gália), em 585, quando os padres conciliares houveram por bem impor a excomunhão a quem se furtasse a pagar sua contribuição à comunidade eclesial.
O dever moral torna-se também obrigação jurídica. A evolução se explica através das difíceis condições em que se achava o povo cristão (clero e fiéis) na Europa do séc. VI: as invasões bárbaras, a queda do Império Romano havia acarretado o caos e a insegurança entre as populações.
Daí a necessidade de que os bispos despertassem mais vivamente os fiéis para participarem dos interesses de subsistência das suas comunidades.
Em Macon, notam os historiadores que não houve apenas a recomendação de um costume antigo, mas uma autêntica inovação.
A legislação das diversas províncias eclesiásticas nos séculos subsequentes repetiu várias vezes a determinação do Concílio de Macon.
O poder civil haveria de apoiar cerca de dois séculos mais tarde, sob Carlos Magno, a legislação eclesiástica, confirmando-a com uma sanção civil.
Com efeito, a lei capitular dita “de Heristal”, em 779, manda aos cidadãos franceses pagar o dízimo à Igreja, ficando o bispo encarregado de o administrar; os contraventores sofreriam a sanção imposta aos
infratores das leis civis, ou seja, provavelmente a multa de 60 soldos. Em 780 e 801 a ordem foi reiterada.
Como podemos ver acima, neste concílio, a igreja católica romana e o imperador Carlos Magno impõem sob pena de excomunhão e pagamento de multa ao estado, a obrigatoriedade de pagar o dízimo.
Deste modo os fiéis estavam pressionados, pela igreja e pelo estado, de modo que os que não temessem a excomunhão que segundo eles, tirava da pessoa a graça da salvação, teriam que pagar uma multa ao governo sob pena de prisão aos descumpridores desta lei.
Levaram o povo a decidir o que seria melhor, dar dinheiro mesmo que por obrigação à igreja, ou pagar multa ao estado?
Podemos imaginar a confusão na mente das pessoas, e obviamente as revoltas da população oprimida por este sistema “anticristo”.
“Nos séculos que se seguiram, essas leis foram regulamentadas e ganharam força em várias partes da Europa, e foram adotadas em várias partes do mundo, até mesmo no Brasil; mesmo com o desligamento da igreja com o estado a prática continua até hoje, pois já havia se tornado uma “doutrina” da igreja, já que nos dois primeiros concílios de Latrão que aconteceram em 1123 e 1139, o dízimo foi finalmente incorporado à legislação da igreja de forma definitiva.”
De modo que a maioria dos cristãos atuais já se converteram conhecendo que o dízimo é obrigatório, mas o que eles não sabem é que esta prática como já falamos e mostramos, foi criada no século VIII pela igreja católica com o apoio do imperador Carlos Magno, todavia fica mais do que claro para nós, o dízimo não é obrigatório, não é ordenança de Deus para a igreja, mas apenas mais uma heresia opressora criada pela igreja católica apostólica romana, e adotada pelas igrejas evangélicas, para oprimir e explorar os leigos que não conhecem a verdadeira doutrina da palavra de Deus; portanto é mais do que correto dizer que, para os dias atuais o dízimo não passa de um imposto, uma imposição humana e não de Deus.
Fim do capítulo
Clique aqui para ler também um artigo da página A verdade incontestável sobre o dízimo, cujas informações históricas são as mesmas deste presente capítulo.
Leia aqui também um artigo da Abril com as mesmas informações pesquisadas por historiadores (ignore o tópico sobre Ananias e Safira, a explicação está errada!).
Faça mais pesquisas e você chegará à mesma conclusão, mas digo ainda que nem seria necessário nenhuma dessas pesquisas, mas somente uma boa leitura da biblia com compreensão honesta do que realmente Deus ensinou.
Se quiser continuar aprendendo, leia os outros estudos bíblicos sobre o dízimo que escrevi aqui no blog Bíblia se Ensina.
Para finalizar só deixarei uma observação: eu não sou contra a contribuição, mas contra a maneira que estão pregando a doutrina do dízimo hoje em dia!
10 Comments
o dizimo foi para israel , não para a igreja da nova aliança, hoje os judeus não dizimam, e os lobos da igreja evangelica , impõe o dizimo como um imposto a ser cobrado dos irmãos, um absurdo. a biblia diz: cada um contribua segundo lhe propõe o seu coração , não com tristeza mas com alegria.tudo que vc fazer para DEUS , tem que ser voluntario, não porque tem alguem te obrigando a fazer, tudo que vc fizer obrigado para DEUS ,ele não recebe, é como o sacrificio de Caim .
Oi Jorge, devo discordar de seu comentário. Eu estudo com judeus e já vi explicações de rabinos judeus na internet acerca do dízimo, e eles continuam praticando este mandamento sim. Embora não de forma plena, devido às circunstâncias da diáspora e a inatividade atual do templo de Jerusalém e do serviço sacerdotal levítico prestado nele (os levitas não estão inativos, mas prestam os serviços que lhe são possíveis). E quanto a chamada “nova aliança”, não existe igreja nenhuma de “nova aliança” na bíblia, os profetas dizem que essa aliança será firmada com a casa de Israel e de Judá, ou seja, com a totalidade do povo israelita, as 12 tribos, basta ver Jeremias 31:31.
DEUS não aceita nada obrigado, tudo que vc fazer para o SENHOR tem que ser com o coração com amor , voluntario,com prazer, se for por obrigação não conta para DEUS,a obra de DEUS precisa de recursos financeiros para sua manutençao e devemos contribuir com muita alegria pois O SENHOR ja nos deu tudo e cuida de nos em todos momentos da nossa vida, ALELUIA.
Honestidade ė o que se espera do povo de Deus !
Concordo que o dízimo não é um preceito cristão no sentido de ter sido ensinado no novo testamento para os cristãos. Mas o reformador João Calvino ensinava sim o dízimo, bem como as primícias, o imposto eclesiástico e as ofertas voluntárias. Os reformadores se manteram fiéis à tradição católica neste particular. Foram os calvinistas ingleses (os “puritanos”) quem depois passaram a questionar a legitimidade do dízimo nas igrejas, mesmo porque o dízimo era cobrado dos cidadãos ingleses pra sustento do clero anglicano. No Brasil, antes da República, a coroa também cobrava o dízimo pra manter o clero católico. Fôssemos ainda uma monarquia, certamente que em nossas igrejas evangélicas ninguém seria maluco de cobrar novamente o dízimo.
meu prezado boa noite. Seu comentario nao tem nenhum fundamento biblico, e um comentario sobre a igreja catolica e a impisicao do duzimo, gostaria de ver seu comentario usando textos e contextos biblicos, assim clareando o tema, porque isso que o senhor escreveu nao convence na pratica. Boa noite.
Se estar escrito na palavra de Deus .
Para mim não existe explicações basta
Que se cumpra.
o dizimo na bíblia fala somente de frutos e não dinheiro, ofertas sim era dinheiro e não era estipulado quantia, era de coração.
Na verdade, nos textos originais não havia essa previsão. Ao que tudo indica, o texto de Malaquias 3:10 foi plantado.
otimo aprendi muito