Quem eram os publicanos e o que Jesus pensava deles

Por que estes homens eram tão mal falados no Novo Testamento? Afinal de contas, quem eram os publicanos e porque as pessoas os odiavam tanto?

Nos tempos de Cristo, a Judeia era dominada pelo império romano, este, por sua vez, fazia cobranças de impostos para todos os povos que estavam sob o seu governo.

Os publicanos eram estes coletores de impostos. Haviam duas classes de coletores, por assim dizer:

1. Os publicanos gerais, que eram responsáveis pela arrecadação e por apresentar a mesma perante o imperador, geralmente estes eram cidadãos romanos;
2. Os publicanos delegados pelos publicanos gerais em cada província de áreas do império romano, incluindo, obviamente, a Judeia.

Os publicanos que eram delegados nas províncias geralmente eram os da própria nação. Por exemplo, um publicano delegado para coletar impostos em regiões da Judeia era judeu também.

Muitos publicanos extorquiam o povo com cobrança de impostos, eles jogavam sujo com o povo e seu dinheiro, por isso enriqueciam muito.

E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu, que era chefe entre os publicanos, e ele era rico. (Lucas 19:2 KJF)

Da mesma forma, Mateus também deveria pelo menos ter uma condição financeira muito boa; foi ele quem preparou um banquete para receber Jesus em sua casa, e com isso chamou dezenas de outros pecadores e publicanos.

E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. (Lucas 5:29 ACF)

Um publicano judeu era comumente visto como uma espécie de traidor da nação.

Os líderes religiosos, fariseus, eram os que mais viviam em hostilidade com os publicanos, considerando-os grandes pecadores, veja um exemplo:

E aconteceu que, estando Jesus em casa sentado à mesa, eis que, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.

E os fariseus, vendo isso, perguntaram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? (Mateus 9:10-11 KJF)

Mas o povo judeu de uma forma geral também não gostava dos publicanos, leia ainda este outro trecho da Bíblia:

E Jesus ao chegar naquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje eu devo pousar em tua casa.

E, apressando-se, ele desceu e recebeu-o com júbilo. E, vendo isto, todos murmuravam, dizendo: Ele foi ser hóspede de um homem que é pecador. (Lucas 19:5-7 KJF)

Eles eram hostilizados assim porque trabalhavam para enriquecer o imperador romano.

Não obstante à antipatia da nação com relação aos publicanos, Jesus tratou-os de forma diferente.

Que eram pecados, sim, eles eram, porém mesmo assim o Senhor viu neles potenciais filhos de Deus que careciam de arrependimento (Lc 5:30-32).

A Mateus (também chamado Levi), Jesus o chama para segui-lo (Lc 5:27-28). Como se não bastasse, o Mestre ainda chama-o para integrar sua equipe de apóstolos, veja:

Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;

Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, cujo sobrenome era Tadeu; Simão, o cananita, e Judas Iscariotes, quem também o traiu. (Mateus 10:2-4 KJF)

Em Zaqueu Jesus viu um filho de Abraão que necessitava de salvação, tanto quanto qualquer outro pecador (Lc 19:9).

Jesus conhecia (e conhece) o coração dos homens, a elite religiosa de Israel deveria restaurar essas pessoas para DEUS em vez de discriminá-las, desprezando-as; Cristo, no entanto, agiu diferente.

O Senhor procurava por pecadores que se arrependessem, o próprio Zaqueu publicano deu exemplo disso, leia:

E Zaqueu, ficando em pé, disse ao Senhor: Senhor, eis que a metade dos meus bens eu dou aos pobres, e se alguma coisa eu tenho tomado de algum homem por falsa acusação, o restituo quadruplicado. (Lucas 19:8 KJF)

Jesus usa até mesmo os publicanos em uma parábola, comparando-o com os líderes religiosos fariseus, demonstrando que para Deus o que importa é o arrependimento de um coração sincero (Lc 18:9-14).

Como temos tratado as pessoas pecadoras? Discriminamo-los? Ou vemos neles potenciais filhos de Deus?

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• A vida diária nos tempos de Jesus, por Henri Daniel-Rops.
• História dos hebreus, Flávio Josefo.