Last updated on 01/07/2021
O Livro dos Salmos, resumidamente, é uma coleção de cânticos, orações e louvores dos israelitas. O nome “Salmos” foi dado com a tradução grega das Escrituras Hebraicas, a Septuaginta, que foi redigida no século 3 AEC. No grego, seu nome é Psalmoi, que significa “canções” ou “cânticos”. Já no original hebraico, seu nome é Tehilim, que se traduz como “louvores”.
Quem escreveu o livro dos Salmos?
Muitos foram os homens inspirados por Deus que escreveram os salmos, dentre eles vamos destacar estes:
- o rei Davi, que escreveu a maioria deles, pouco mais de 70, e foi músico na corte do primeiro rei de Israel, Saul (1º Sam. 16:14-23);
- Asafe que compôs, por exemplo, o famoso Salmo 73, mas também o 50 e do 74 até o 83, e foi um dos chefes dos músicos de Davi (1º Crôn. 6:31-32,39; cf. 2º Sam. 23:1);
- Salomão, que compôs os Salmos 72 e 127, por exemplo;
- Moisés, o compositor do Salmo 90;
- Etã (89);
- Hemã (88) e outros filhos de Coré (42, 44 até o 49);
- e ainda alguns são anônimos.
A data de redação do livro dos Salmos se situa desde 1440 até 500 AEC.
A importância dos Salmos para a Bíblia Sagrada é muito grande.
Ele certamente está entre um dos livros mais consultados e lidos da mesma. Nele, homens de Deus registraram seus momentos de angústia, medo, confusão, dúvida, mas também momentos de alegria, expressões de amor a Deus, bem como louvores a Ele.
Além de tudo isso, os Salmos também registram dezenas de profecias bíblicas a respeito do Ungido e Salvador de Israel, Jesus (original Yeshua), o nazareno (Luc. 20:42; 24:44; At 13:33-35; Mat. 2:23; 26:71; Mar. 1:24; 10:47; 14:67; cf. At 2:22; 22:8; 24:5).
Eles também recordam a história do povo de Israel, seus pontos positivos e negativos, bem como estimula o povo de Deus a se recordar de seus feitos antigos, como o Salmo 78.
Um fato interessante do livro dos Salmos é que neles Deus raramente fala diretamente com os homens, como falava com os profetas. Portanto, os salmos foram escritos a partir da perspectiva humana, como autores encontrando seu caminho em meio às várias circunstâncias da vida.
Os autores destes cânticos nos inspiraram e nos mostraram muitos exemplos de como deve ser o relacionamento do homem para com Deus. O Salmo 32, por exemplo, discorre isso muito bem. Além disso, muitos salmos revelam o caráter de Deus, seu amor e misericórdia, como o 103 e o 139.
Alguns salmos encontram-se em ordem alfabética no texto original hebraico, como o Salmo 119 e 145.
Um destaque especial para o Salmo 119 é que vários pesquisadores atribuem sua autoria a Ezra (Esdras), o sacerdote e escriba que ajudou na reconstrução e inauguração do templo de Jerusalém após o cativeiro babilônico. A reconstrução foi concluída no ano 516 AEC (Ed 6:13-15; 7). Ele também foi o principal que ajudou o povo de Deus que estava retornando deste exílio a compreender novamente a Torá, de acordo com registro de Nehemyah (Neemias) 8:1-8.
A atribuição a Esdras deste Salmo é muito interessante, pois nesta ocasião do regresso do povo à terra prometida, ele já não entendia mais o hebraico, e o desprezo à Torá (Lei de Deus) foi o que levou o povo a sofrer as desgraças deste cativeiro. Portanto, o autor deste salmo queria tanto alfabetizar o povo de Israel novamente na língua em que as Escrituras foram originalmente escritas, como despertar o amor do povo pela palavra Dele, para que não sofressem mais tal derrota, e como sabemos, Esdras era um escriba e sábio na Lei de Deus (Ed 7:6,10). Por isso, Esdras é um ótimo candidato à autoria do salmo.
Por fim, os salmos representam os sentimentos que o próprio Deus inspirou seus filhos, a forma como devem temê-lo e as palavras com as quais devem se dirigir a Ele.
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