João 12.1-9: Por que Maria ungiu os pés de Jesus?

Last updated on 26/04/2022

Estava próxima a data de mais uma Páscoa Bíblica (Pêssah) e, de repente, num jantar em Betânia, surgiu “Maria” e ungiu os pés de “Jesus” (João 12:1-9). Aquela era a 33ª Páscoa que ele iria participar, e sua última. Mas por que então ela faz isso? Seria simplesmente admiração? O referido acontecimento no relato (evangelho) de João também ganha cena parecida com outra mulher, uma pecadora, em Lucas 7:36-50. O que isso tudo significa afinal de contas?

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Ungir os pés seria apenas um ritual de devoção?

Os leitores bíblicos estão familiarizados com o termo Messias (o Salvador ou Redentor). No entanto, nem todos sabem que essa palavra é de origem hebraica.

No Israel antigo, os reis eram coroados com óleo (ou azeite) sendo derramado nas suas cabeças (1 Sm 16:13). Este ritual sagrado era chamado meshirrá, משיחה, ou “unção”. Por isso, o rei foi era chamado de mashiah (messias), משיח, ou “ungido” (vide 1 Sm 26:9).

(Semelhante acontecia com o sacerdote, vide Lev. 8:12).

“Maria” ungiu os pés de “Jesus” como uma preparação para a chegada do Rei.

Como todos os judeus, “Maria“, cujo nome original é Miriam, esperou abnegadamente pela chegada prometida do rei redentor da linhagem de Davi. Por isso, quando o Senhor estava jantando na casa de Simão, em Betânia, ela derramou um frasco inteiro de óleo perfumado caro sobre os pés dele (João 12:3).

Embora um rei fosse consagrado/ungido por um profeta, tendo o óleo/azeite derramado sobre sua cabeça (1 Sm 10:1), Miriam não poderia fazer dessa forma; mas em sinal de humildade e devoção, unge os pés de seu Mestre, reconhecendo-o como seu Rei Ungido (Messias).

Miriam sabia que isso precisava ser feito para que o destino messiânico dele pudesse ser cumprido. Somente o óleo mais precioso perfumado com nardo seria adequado para ungir o Filho de Deus.

O Senhor assimila o gesto de Miriam como uma unção preparativa para sua morte (vs. 7-8), mas, além disso, ela chamou para si a responsabilidade e simplesmente fez o que ninguém mais teve a coragem de fazer: proclamar seu Mestre o Messias, isto é, o Rei ungido Salvador de Israel.

Muito mais tarde, a palavra hebraica “mashiah” tornou-se o grego “christos” e os seguidores do Mestre Yeshua, foram chamados (pejorativamente) de “christianos“, que em português é cristãos (At. 11:26).

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As raízes hebraicas da Bíblia revelam significados profundos que a nuvem de modificações das traduções omitem.