Last updated on 28/07/2021
Geena, Inferno, Sheol e Hades, seriam todos estes o mesmo lugar? Existe mesmo este lugar de punição, castigo, sofrimento e tormento eterno para os maus? A Geena tem a ver com o mundo dos mortos (submundo) em que acreditavam os antigos gregos e romanos? O que o idioma bíblico original, o hebraico, tem a nos revelar acerca dessa palavra? Onde Jesus falou ela e por que ela não aparece na minha tradução da Bíblia? Onde isso se encaixa em nossa realidade? Tentaremos responder tudo isso nessa pesquisa e estudo bíblico.
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Onde Jesus falou da Geena?
Se você está lendo uma tradução moderna da Bíblia, como NVI, NAA, NTLH, ARA, KJA, ou mesmo uma das traduções clássicas como ACF e BKJ, talvez nunca tenha ouvido falar da palavra Geena. Mas a verdade é que o Salvador falou dela várias vezes. Vamos então procurar pelo idioma original das Escrituras e saber onde ela está e o que exatamente significa.
Como ponto de partida, vamos tomar um versículo conhecido da mensagem do Senhor. Veremos Mateus 10:28. O texto tradicional que lemos diz o seguinte:
"E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." (Almeida Corrigida Fiel Mt 10:28)
No entanto, vejamos o que realmente está escrito na tradução original grega do evangelho de Mateus (Matityahu).
Como podemos ver no texto interlinear grego-português, no canto inferior esquerdo da imagem acima, no texto original grego está escrito “geena”.
Mas o que seria “geena“? E seria correto traduzir por “inferno“?
A palavra Geena é proveniente do hebraico גיאהנם (gueyhinnom). Ora, “Gueyhinnom” traduzido é “vale de Hinom”, e não “inferno”. Trata-se de um vale que ainda hoje se localiza ao sul da cidade de Jerusalém.
Logo cedo este vale aparece nas Escrituras.
⁸ E este termo sobe pelo vale do filho de Hinom, do lado sul dos jebuseus (esta é Jerusalém) e sobe este termo até ao cume do monte que está diante do vale de Hinom para o ocidente, que está no fim do vale dos refains do lado do norte." (ACF'11 Js 15:8)
As nações tinham por costume fazer diversas coisas obscuras neste local, como feitiçaria. Além disso, em certa ocasião, até mesmo alguns reis israelitas ímpios fizeram sacrifícios idólatras neste vale. Vejamos alguns exemplos.
Rei Acaz (735-716 AEC).
"Tinha Acaz vinte anos de idade, quando começou a reinar, e dezesseis anos reinou em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do SENHOR, como Davi, seu pai. Antes andou nos caminhos dos reis de Israel, e, além disso, fez imagens fundidas a Baalins. Também queimou incenso no vale do filho de Hinom, e queimou a seus filhos no fogo, conforme as abominações dos gentios que o SENHOR tinha expulsado de diante dos filhos de Israel." (ACF'11 2Cr 28:1-3)
Rei Manassés, neto de Acaz (697-643 AEC).
"Tinha Manassés doze anos de idade, quando começou a reinar, e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, conforme às abominações dos gentios que o SENHOR lançara fora de diante dos filhos de Israel. … Fez ele também passar seus filhos pelo fogo no vale do filho de Hinom, e usou de adivinhações e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira." (ACF'11 2Cr 33:1-2,6)
Deus prometeu acabar com os sacrifícios idólatras no vale (geena), tornando dele local de sepultamentos.
As profecias de Jeremias, cujo ministério profético foi de 626 até cerca de 582 AEC, dizem em que aquele vale se tornaria.
"Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que não se chamará mais Tofete, nem Vale do Filho de Hinom, mas o Vale da Matança; e enterrarão em Tofete, por não haver outro lugar. E os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará." (ACF'11 Jr 7:32-33)
Ora, Jeremias profetizou também nos dias do rei Josias (641 – 609), neto de Manassés (Jr 1:2; 3:6; 25:3; 36:2). E foi o próprio Josias quem destruiu os altares idólatras no vale de Hinom e o profanou, impossibilitando que fosse usado para sacrifícios novamente.
"Tinha [Josias] oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adaías, de Bozcate. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda. … Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fizesse passar a seu filho, ou sua filha, pelo fogo a Moloque." (ACF'11 2Rs 22:1-2; 23:10)
O vale de Hinom (geena) começou a ser usado para depositar o lixo da cidade depois destes eventos.
Além disso, colocava-se enxofre para queimar o lixo até virar cinzas. Por isso o local vivia em chamas constantes.
Haviam dois portões na cidade de Jerusalém que ficavam em direção a ele, elas estão registradas em Neemias 2:13, como se segue:
"E de noite saí pela porta do vale, e para o lado da fonte do dragão, e para a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo. (ACF'11 Neemias 2:13)
Além do mais, como mencionado antes, pessoas também eram sepultadas ali.
A Geena (vale de Hinom) acabou se tornando um local sombrio e maldito. Ainda hoje encontra-se ao sul de Jerusalém e ninguém construiu nada lá.
O vale cheirava mal, tinha constante fumaça do lixo queimado com enxofre continuamente e muitos vermes que comiam o que o fogo não consumia.
Ainda antes dos tempos do profeta Jeremias e do rei Josias, Isaías, que profetizou entre 740 até (provavelmente) 686, lança uma palavra profética da parte de Deus a respeito do vale de Hinom no último versículo de seu livro.
Ele diz:
E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne. (ACF'11 Isaías 66:24)
Essas palavras de Isaías foram também usadas pelo Senhor para se referir a este mesmo vale em Marcos 9:43-48, onde lemos:
E se a tua mão te faz tropeçar, corte-a; melhor é para ti entrar aleijado na vida, do que, tendo duas mãos, entrar na Guehana, onde o verme deles não morre, e o fogo deles nunca se extingue. E se o teu pé te faz tropeçar, corte-o; melhor é para ti entrares perneta na vida, do que, tendo dois pés, caíres na Guehana, onde o verme deles não morre, e o fogo deles nunca se extingue. E se o teu olho te faz tropeçar, arranque-o, melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho, do que caíres na Guehana de fogo tendo dois olhos, onde o verme deles não morre, e o fogo deles nunca se extingue. (Marcos 9:43-48 Bíblia Peshitta BV Books)
A Bíblia de Jerusalém e a Tradução Brasileira, traduzidas do texto grego, mantiveram o termo original “geena” nestes versículos de Marcos (veja aqui na TB). O texto que você leu acima, porém, foi traduzido do texto aramaico (o idioma que o Senhor pregou sua mensagem), e não do grego.
O vale de Hinom foi usado como metáfora pelo Senhor para designar a destruição final dos ímpios e hipócritas.
Agora vamos ler o versículo que citamos no início deste estudo bíblico de modo mais próximo às reais palavras do Mestre.
"Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma, antes temais Aquele que pode fazer perecer tanto a alma como o corpo na Guehana." (Mateus 10:28 Bíblia Peshitta BV Books)
O Senhor disse que deveria ser temido Aquele que pode fazer perecer a alma e o corpo no vale de Hinom. Mas o que isso significa? Será que literalmente a alma de todas as pessoas vão para este vale? Seria isso uma espécie de sofrimento eterno?
Ora, o significado da palavra “perecer” é:
(verbo intransitivo)
Perder da vida; morrer de maneira repentina ou violenta; falecer: pela vida, as esperanças perecem.
Chegar ao fim ou acabar; extinguir-se: seus sonhos pereceram.
(Etm. a palavra perecer deriva do latim: periscere, talvez pelo espanhol “perecer” )
Fonte: Dicionário Online de Português.
No texto grego, “perecer” é a tradução de “apollumi”. E de acordo com o Dicionário Bíblico Strong isso significa:
Comparando isso com o significado original da palavra aramaica dita pelo Senhor, percebemos que o autor deste famoso dicionário bíblico adicionou ali uma interpretação que surgiu posteriormente à época dos apóstolos do que seria o inferno (item e).
No aramaico, é usada a palavra nwbd – ܢܘܒܕ (nawb’ed,), que significa “perecer, destruir, perder, estar perdido, desaparecer, ser privado de, errar, se extraviar, destruir, arruinar, perder algo, ser destruído, ser morto, desencaminhar” e outros similares. Fonte The Comprehensive Aramaic Lexicon © | Dukhrana Biblical Research.
Deste modo, vemos que até certo ponto a tradução grega do evangelho não está tão diferente do original aramaico.
Outros versículos em que o Senhor fala sobre perecer, perder-se completamente, ser destruído: Marcos 12:9, Lucas 9:25, 13:2-5, João 3:16.
Logo, “perecer o corpo e a alma no vale de Hinom” só pode ser uma linguagem figurada para se referir à destruição completa de alguém, visto que naquele vale o fogo consumia todo o lixo até virar cinzas, isto é, deixar de existir, e os vermes comiam os cadáveres até que não existissem mais (cf. Is 66:24).
O Senhor, portanto, ensinou que os homens podem matar/destruir o corpo de alguém, mas não a alma. Isso só Deus tem o poder de fazê-lo. O vale de Hinom tornou-se um símbolo desta destruição.
Portanto, chegamos à inevitável conclusão que não é correto traduzir (na verdade trocar) “geena” por “inferno” no sentido medieval e contemporâneo que temos dessa palavra (um lugar espiritual onde as pessoas ficarão sendo queimadas e sofrendo para todo o sempre). Pois assim como o fogo queimava algo no vale de Hinom até virar cinzas, ou seja, até acabar com a existência daquilo, fazendo perecer, ou assim como um verme comia um cadáver até consumi-lo por completo, assim será também a destruição final dos ímpios, porque eles perecerão, justamente como disse o Senhor! (Jo 3:16)
Lembremo-nos que as cidades Sodoma e Gomorra, cuja existência chegou ao fim por meio do fogo, foram colocadas de exemplo disso (2 Pe 2:6).
Logo, o fogo eterno relatado na Bíblia trata-se de uma figura de linguagem para se referir à destruição eterna, isto é, sem direito à volta! (cf. Jd 1:7; Mt 3:10,12).
Devemos nos recordar que os fariseus, por exemplo, tinham esperança da ressurreição e por fim a vida eterna (At 23:6-8). Por isso, quando o Senhor falava que eles receberiam a condenação da Geena (Mt 23:29-33), estava simplesmente dizendo que eles não herdariam essa vida que esperavam, mas pereceriam, assim como os cadáveres que pereceram também no vale de Hinom.
Então, o que significa “inferno” originalmente?
De acordo com o site Etimologia.com.br, “inferno” responde ao latim como infernum, compreendendo a passagem e o mundo em que residem as almas perdidas dos mortos, intimamente relacionado ao adjetivo inferus, no sentido de inferior, em relação a infra, entendido como embaixo, com raiz no indo-europeu *ndhero-, por abaixo…
Em Gramatica.net.br, lemos: “A palavra “Inferno” tem sua origem na palavra latina, antes do cristianismo INFERUS, que significava “lugares baixos”. A palavra se modificou e se transformou em INFERNUS, e na bíblia foi usada para substituir sem distinção os termos gregos HADES e GEENA, e o hebraico SHEOL, todos relacionadas de alguma forma ao submundo ou mortos.”
E ainda, o Wikipédia registra: A origem do termo inferno é latino: infernum, que significa “as profundezas” ou o “mundo inferior“. Origina-se da palavra latina pré-cristã inferus “lugares baixos”, infernus.
A Wikipédia ainda nos informa: É atribuído a Dante Alighieri, em sua obra clássica A Divina Comédia (1304 – 1321), a popularização do conceito de inferno como local de fogo onde os demônios atormentam as almas condenadas.
Essa visão veio a se tornar a ideia popular entre cristãos e não cristãos de como é o inferno. Em sua obra, Dante encontra o poeta Virgílio (autor de Eneida) e com ele entra e passeia pelo inferno. Esse encontro é sugestivo e claramente mostra que é uma descrição sincretista entre o inferno bíblico e o da mitologia greco-romana de hades.
Em suma, a palavra “inferno”, embora carregada de várias lendas acerca da vida após a morte, em seu significado etimológico original designa as partes inferiores da terra, ou seja, a sepultura, para onde todo ser humano vai após a morte, como o próprio Criador disse que seria em Gênesis 3:19.
Somente à partir deste conhecimento do significado etimológico original é que podemos entender certas traduções bíblicas como Atos 2:31, que diz:
Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. (ACF)
Como Jesus pode ter ido para o inferno?
Se acredita-se que o inferno é um lugar de punição, tormento e fogo para as pessoas más, como que o Salvador poderia ter ido para lá após a morte? Como ele poderia ter sido condenado ao inferno? O Salvador não seria salvo? 🙄
No entanto, é óbvio que há uma confusão nisso, pois o que Simão diz em Atos 2:31 é uma recitação do Salmo 16:10, e ali no original hebraico consta a palavra “sheol“, que significa, basicamente, sepultura.
Por isso, originalmente, a palavra “inferno”, que como vimos, designa as partes inferiores da terra, isto é, o sepulcro, até certo ponto foi adequada para traduzir o sheol hebraico. No entanto, visto os vários mitos que envolvem essa palavra, uma tradução mais acurada seria “sepultura” ou mesmo “morte”, como traduções modernas já tem feito (cf. NAA, NVI, ARA, NVT, A21 dentre outras).
Então, no Salmo 16:10 Davi expressa que não seria esquecido por Deus após sua morte. E isso acabou por ser uma profecia que afirma que o Senhor não seria deixado morto também, ou seja, Deus o ressuscitaria da morte. Simão Pedro apenas mostra como essa profecia se cumpre no Ungido em Atos 2:31. Por isso, o Senhor não foi para inferno de fogo algum!
O significado de Sheol no hebraico.
Se o hebraico “sheol” significa “sepultura”, então por que foi traduzido por “inferno”?
Justamente por causa do significado etimológico original da palavra, repetindo “lugares baixos, as partes inferiores da terra”, isto é, o sepulcro, para onde vão os mortos. Lembremo-nos de que no princípio Deus disse ao homem: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (ACF’11 Gn 3:19)
Por isso, após a morte ninguém vai para um inferno que seja um lugar de tormento e de fogo onde os demônios atacam as almas dos que lá estão, pois como vimos nessa pesquisa, isso é um mito!
Além do mais, todos que morreram estão aguardando a ressurreição e o grande julgamento (Mc 12:23; Lc 20:37; Jo 6:39,40,44,54; 11:23,24; 1 Tess. 4:16).
Conclusão: a palavra “inferno” não existe no idioma original da Bíblia. Seu conceito de lugar de fogo eterno onde as pessoas serão castigadas para sempre e atormentadas pelos demônios foi popularizado com o livro do autor Dante Alighieri, somente no século 14 EC. Jesus usava elementos como “fogo e enxofre”, “vale de Hinom” para ilustrar a destruição final e total dos ímpios e da maldade.
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22 Comments
[…] em uma espécie de lixão e cemitério pelo rei Josias. Para mais informações, leia o estudo sobre o Geena aqui no Blog Bíblia se […]
As pessoas são complicadas. Você faz todo um estudo atrás de palavras de uma língua morta com seus contexto, outras citações contextualizando todo o significado de uma expressão, e ainda evidência o que gera o equívoco sobre o conceito contemporâneo, basta abrirem a mente mas as pessoas insistem em acreditar em coisas absurdas como um inferno. Não faz sentido algum existir inferno, Deus é justo e ponto. Se a justiça por coisas bobas como ser ateu ainda que seja alguém ético, ou ser um mentiroso patológico ou outra coisa pouca é queimar eternamente em dor e sofrimento, vocês tem que reavaliar a caceta da balança que vocês entendem do que é ser justo. Abram o olho, o mundo jaz no maligno, aqui nessa terra tornou-se uma completa injustiça, e os poucos que forem justos esses sim vão se unir a Deus, enquanto os que não forem justos e corretos vão sentir a ausência completa de Deus, e isso que é o verdadeiro castigo, por que sem Deus, não há vida, e com Deus há a verdadeira vida, e não está que estamos com o fardo do pecado conosco. Ou seja, essa vida de carne e sangue não é nada, o pouco da graça que sentimos na presença de Deus nesta vida não se compara a estarmos unidos com ele verdadeiramente, tamanha felicidade alívio e bem estar destes momentos não são nada comparado o que sentiremos no seu reino, e essa é a justiça pra quem viveu certo em um mundo errado, e a justiça pra quem se misturou ao mundo errado é nunca sentir tal acolhimento e bem estar, ser desprezado como desprezou.
[…] fogo para os ímpios. Como pode o Salvador da humanidade ter ido para tal lugar? Já explicamos em outro estudo aqui no Blog Bíblia se Ensina que, na verdade, a palavra “inferno” não existe no idioma […]
Gente, não esqueçam, que Deus é amor, mas também é justiça!
Se for pra acabar da forma que vocês estão pregando, qual o significado do sacrifício de Cristo? Estamos nos preparando pra quê? Se Deus não punir os ímpios, pra quê tanta advertência com relação ao pecado?
Olá João. Mas os ímpios serão punidos sendo destruídos!
[…] não viram nada sobre vida após a morte e concluíram que não há vida após a morte, nem céu ou inferno, nem ressurreição dos […]
Se Deus é Deus de amor e misericórdia, então, é evidente que Ele não irá condenar ninguém ao inferno”. É um raciocínio absolutamente errado, e não só errado, porque, no fundo, ele não tem lógica nenhuma. Afinal, um Deus de amor, exatamente por ser tal, não irá obrigar ninguém a amá-lo. O amor é livre, e as pessoas podem não amá-lo. Não só podem: miserável e infelizmente, há pessoas que de fato não amam a Deus. Por isso o inferno existe, porque há liberdade para não amar, para fazer o mal. Milhões e milhões de demônios optaram por isso. Dizer que o inferno está vazio é loucura, porque os demônios lá estão. Dizer que seres humanos não vão para o inferno também é loucura, porque é dizer que não temos liberdade para rejeitar a Deus, quando nós, sim, a temos.
Mas e quanto a Apocalipse 20:14 que diz que o Hades sería jogado no lago de fogo?
Davi, Hades é = morte.
Quanto ao lago de fogo, o que acontece com algo que é lançado em um 🔥 que não se apaga nunca?
Nota 10 pela pesquisa. Juntou as peças e encaixou de forma perfeita. Agora, interpretação, carece daquele dom de mestre de Efésios. Nicodemos era mestre! Sabia de cor a letra e sua interpretação, mais na aplicação, teve que nascer de novo. Saulo de Tarso foi um dois maiores mestres, mas so após a conversão teve visão correta do seu significado. A lei da dupla referenda é importantíssimo. Tipo e antítipo…, Jesus sempre deu exemplo de algo conhecido para explicar o desconhecido. Assim como o Geena, conhecido, será o lago de fogo desconhecido…
Obrigado por comentar Edilson.
Se o inferno ou o lugar de punição as almas não existe por que temos uma referência clara na parábola do rico e Lázaro?
Oi Erica, você mesma já respondeu, é uma parábola. E era para criticar a confiança dos fariseus que o ouviam nas riquezas (v. 13) e em seu orgulho, por isso o homem da parábola era rico. Ali naquele texto o Senhor não diz que o homem estava em tormentos no inferno, essa palavra não existe no idioma original da Escritura Sagrada. A palavra que o Senhor diz ali é “Sheol”, que traduzido é “sepultura” (veja esse verso na bíblia peshitta da bv books, por exemplo), e ninguém fica em tormentos na sepultura.
A Tradição da Igreja, graças a ela que você tem acesso à Biblia, não pode corroborar esse pensamento: (I) porque Satanás e os anjos rebeldes já estão no inferno; porque Cristo, ao encerrar o seu “sermão escatológico”, não deixa dúvidas quando diz que os maus “irão para o castigo eterno” (Mt 25, 46).
Oi Michelle, eu não tenho acesso à bíblia por causa da tradição da Igreja, eu tenho acesso a ela porque, mesmo sob intensa perseguição e destruição, o povo de Israel preservou esse texto. Eles é quem o receberam de Deus, e mesmo os escritos do chamado “novo testamento”, foram recebidos por homens judeus e apregoados por eles ao mundo do 1º século de nossa era. O que os pais cristãos fizeram depois foi se apropriar destes textos para fundarem sua religião, e com isso solaparam muitos ensinamentos contidos ali, pelo divórcio que promoveram para com o povo eleito por Deus, o que se espelhou na perseguição promovida pela “santa” inquisição posteriormente.
Na verdade uma parabola pode ser considerada tanto no sentido literal quanto figurado ou até as duas ao mesmo tempo e A palavra Sheol ou Seol apresenta significados variáveis na Bíblia. Em alguns contextos aparece como: morte; sepultura, profundezas, pó, poço, cova, buraco, mundo dos mortos ou inferno. Algumas traduções bíblicas mantém a sua forma no original hebraico, o que torna pouco preciso o seu significado literal na tradução para outras línguas. Sheol é uma palavra que tem multiplos significados, e como a linguagem hebraica era ultrapassada eles poderiam ter manipulado bastante coisas nas falas de Jesus Cristo, o inferno pode até existir, nao da forma que dantes o representou, mais assim como o reino dos ceus, Jesus deu poucos detalhes da mesma forma aconteceu com o inferno provavelmente, apesar de que Jesus falou de forma exaustiva, e nao acredite em traduções muito datadas, me refiro sobre traduções hebraicas que contem muitos significados para poucas palavras, eu entendo que a igreja catolica segue mais a religião do que a biblia em si, mais nao podemos esquecer de Martinho Luteto que se voltou contra a igreja catolica, e conseguiu remover da biblia catolica muitos capitulos apocrifos criados por ela mesma, para se promover!
Dá muito jeito a “muito boa gente “ que se continue a acreditar no inferno como local de sofrimento eterno., porque será sempre fácil manipular um povo com esse pavor e terror no seu subconsciente. Quando começamos a pensar pela nossa própria cabeça, com consciência, jamais podemos imaginar e acreditar num” Deus torturador, e mesmo assumindo nós que há pessoas de facto más, ímpias, que não acreditam em Jesus , ainda assim, jamais alguém merece passar a eternidade a arder, enquanto uns outros muito iguais a estes passariam a eternidade no paraíso.
Este mito deu muito lucro a muitos hipócritas, que por terem tido essa malvadeza talvez não sejam dignos do paraíso. Estes estudos imparciais têm aberto os meus olhos e estou grato por isso.
Bem hajam.
João
Boa noite meu amigo,vc fala como se nós tivéssemos algum mérito pra não sermos castigados por Deus.
Deus é justo e nós somos pecadores.
No antigo testamento o Senhor não aliviava povos q não seguiam os seus mandamentos.
Será q só tinha adultos em Sodoma e Gomorra ?
As terras q eram tomadas onde o povo de Israel iam avançando ,não tinha crianças ?
Jesus morreu para que fôssemos libertos da condenação eterna do inferno: foi para isso que Ele morreu na cruz; foi para isso que fundou a Igreja; foi para isso que nos deu os sacramentos; foi para isso que mandou os Apóstolos aos quatro cantos da Terra; foi para isso que morreram os mártires; foi para isso que partiram os missionários; foi para isso que monges e monjas entraram em suas clausuras — para dar a vida em resgates das almas, para que milhões, até bilhões de seres humanos não acabassem na perdição eterna. Agora, diante de toda essa caridade, desse amor infinito de um Deus feito homem e morto na cruz, diante do amor e da caridade maravilhosa de milhões de santos que se dedicaram à evangelização para salvar almas do inferno, nós, homens modernos, nós, justamente nós, que criamos essa decadência que aí está de egoísmo, cultura da morte, miséria, destruição da família, materialismo, sexo desregrado, hedonismo, nós nos achamos sábios e iluminados e decretamos: o inferno não pode existir!… Isso é de uma arrogância, de uma soberba tão grande, que nem é possível comentar!
Michelle, te agradeço por seus comentários aqui. A respeito deste eu só quero ressaltar umas coisas: eu não criei essa decadência do egoísmo que aí está, não criei nem alimento a cultura da morte, da miséria, muito menos da destruição da família; nem o materialismo, tão pouco do sexo desregrado ou hedonismo. O que foi exposto no presente estudo bíblico publicado nessa página é o que consta no texto original da Bíblia, nas palavras que verdadeiramente disse o Salvador, e ele em sua doutrina nunca recitou a palavra “inferno”, além disso, essa palavra nem tinha essa conotaçao que tem hoje em seu sentido original. Inferno, do latim infernum e inferus, significa “as partes inferiores da terra”. Haja vista a semelhança entre as palavras INFERno e INFERior, pois vêm da mesma raiz. O que são as partes inferiores da terra? Para onde vai o ser humano quando dizemos que ele está à sete palmos debaixo da terra? E para onde ele vai segundo Deus disse em Gn 3:19? Para o TÚMULO. O que o Senhor dizia a respeito de fogo eterno era linguagem metaforia para se referir á destruição completa.
A parábola do rico e Lázaro não tem a finalidade de ensinar sobre o destino de alguém, céu ou inferno. O objetivo de jesus foi ensinar que não existe oportunidade de SALVAÇÃO após a morte. Ele usa o exemplo de dois extremos. Um muito rico e outro miserável para combater a avareza.
Na verdade não é uma parábola.