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Como ser cheio do Espírito Santo (estudo bíblico)

Last updated on 08/06/2023

Vários versículos da Bíblia Sagrada relatam casos de homens que eram cheios do Espírito Santo: João, o batista (Lc 1:15), Zacarias (1:67), Jesus (4:1), diversos discípulos (At 2:4; 4:31); Simão Pedro (4:8), Estêvão (6:5), Paulo de Tarso (9:17; 13:9), Barnabé (11;24), dentre outros. O mesmo Paulo mencionado aqui, ainda diz em Efésios 5:18, “enchei-vos do Espírito”. Mas afinal de contas, como fazer igual a esses homens e ser cheio do “Espírito Santo” também? O que é o Espírito e como tê-lo?

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Existem muitas pessoas querendo se encher do “Espírito” por aí à fora e outras que até já se dizem cheias “dele”. Porém, talvez a primeira pergunta que devêssemos nos fazer ao desejar isso seria: para que ser cheio do Espírito Santo? Essa resposta, porém, eu não quero dar de forma subjetiva, para que não pareça uma opinião pessoal. Então vamos verificar alguns versículos bíblicos que falam a respeito disso.

Para que ser cheio do Espírito Santo?

O Mestre e Salvador nos dá o exemplo disso. Existem pessoas que pensam que ser cheio do “Espírito” Santo de Deus seria simplesmente falar em idiomas desconhecidos (línguas estranhas) em um momento de êxtase no culto. Outras pensam que é conseguir fazer gestos, extravagantes ou não, como rodar, pular, “glorificar” alto, etc. Mas será que algo de Deus se resume a isso?

Em Lucas 4:16-19 vemos uma resposta contundente para a finalidade de ser cheio do Espírito de Deus.

E ele chegou a Nazaré, onde fora criado; e, segundo o seu costume, ele entrou na sinagoga no dia do shabat, e levantou-se para ler. E ali foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. E, tendo aberto o livro, achou o lugar em que estava escrito:
O Espírito do ­Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar o evangelho aos pobres; ele enviou-me para curar aos quebrantados de coração, para pregar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, e para pôr em liberdade os oprimidos, para pregar o ano aceitável do ­SENHOR.

(Lucas 4:16-19 BKJ)

Observando os detalhes do texto acima, lemos que o Mestre recebeu o “Espírito” de Deus para as seguintes finalidades:

  1. pregar as boas novas aos pobres;
  2. curar os quebrantados de coração;
  3. pregar libertação aos cativos;
  4. pregar restauração de vista aos cegos;
  5. pôr em liberdade os oprimidos;
  6. apregoar o ano aceitável do SENHOR.

Como vemos, são coisas bem definidas e que tem mais a ver com a obra de Deus em libertar as pessoas, do que o exibicionismo pessoal em si, como acontece em diversos ciclos religiosos que se dizem cheios do Espírito Santo.

Logo, é certo sim desejar ter o “Espírito Santo” de Deus, vide Lucas 11:13. Mas devemos ser sinceros em refletir para qual finalidade estamos querendo isso.

Mas o que é o Espírito Santo afinal de contas?

Embora o meio cristão já tenha bem definido o que é o “Espírito Santo”, segundo a doutrina dos antigos padres da igreja, que para eles é a “terceira pessoa da Trindade” (e talvez tenha sido isso que se passou pela mente da maioria de nossos leitores aqui), nós porém retornaremos ao idioma original das Escrituras, bem como os relatos dela em seu devido contexto, para explicar isso.

A palavra “espírito” vem do latim “spiritus“, que por sua vez tem raiz na palavra “spirare”, e significa literalmente “sopro, respiração“. Note, por exemplo, a semelhança entre as palavras “espirro” e “espírito”, pois ambas vem da mesma raiz; e “espirro” não é um sopro forte?!

Mas é claro que a palavra “espírito” tem outras conotações, ou seja, outros sentidos, como a força vital do ser humano, sua coragem, disposição, etc., todos de alguma forma ligados à raiz original da palavra.

Dessa forma, só de fazer uma busca simples no significado original dessa palavra, já concluímos algo diferente do comum ensinado nas doutrinas cristãs e espíritas. Mas não vamos parar por aqui.

Na Bíblia latina, “spiritus” foi traduzido do grego “pneuma“, que significa literalmente “vento“; é daí que vem, por exemplo, as palavras “pneumonia“, uma doença relativa à respiração, e “pneu“, que é enchido com vento/ar.

No hebraico, o idioma que Deus falou com seus servos enquanto escreviam a Bíblia, a palavra original é “rúah“, que significa literalmente “o ar em movimento“. Ou seja, não é algo tão longe do original grego e do latim.

Por isso, não podemos afirmar que “espírito” seja necessariamente uma pessoa, e ainda mais fazer disso uma divindade!

Do que se trata então?

Basta analisar o próprio texto bíblico e encontrarmos uma palavra que se conecta melhor com as raízes dessas palavras que lemos acima.

Ora, se demos o exemplo de que o próprio Senhor recebeu do “Espírito” para apregoar a mensagem divina (Lc 4:18-19), João, o imersor, da mesma forma (Lc 1:17), assim também o pai dele, Zacarias, ao receber do “Espírito”, profetizou (Lc 1:67), e tantos outros relatados na Bíblia (At 2:4; 4:31; 1 Sm 19:20-23), podemos concluir que o “Espírito Santo” relatado nas Bíblias comuns trata-se na realidade de uma inspiração santa de Deus.

Inspirar significa literalmente introduzir ar nos pulmões. Daqui já vemos uma conexão direta com a palavra hebraica “rúah“, que significa o ar em movimento, como já vimos. Ou seja, é o vento realizando alguma ação. Mas em sentido conotativo, inspirar também significa causar inspiração a (algo ou alguém), ser motivo de inspiração, provocar ideias, pensamentos, etc. (Fonte: Dicionário Infopédia).

Ora, quando homens na Bíblia recebiam a “inspiração de Deus”, eles:

E tantas outras coisas abençoadas que deixaria nosso estudo muito longo relatar cada uma delas agora.

Embora em algumas passagens pareça que a inspiração santa de Deus é relatada como sendo uma pessoa, especialmente em João capítulos 14:16,17,26, 15:26 e 16:7-14, na verdade, perto da conclusão deste discurso, o Mestre afirma que ali ele falava do próprio Pai em modo figurado (cf. 16:25). Ou seja, isso significa que o que lemos como “Espírito Santo” nestes capítulos das Bíblias comuns e pensamos ser uma pessoa, na verdade trata-se do próprio Deus, ou da inspiração Dele atuando dentro do crente e realizando um determinado propósito divino através do fiel.

Então, se voltarmos para o conteúdo original das Escrituras Sagradas e dos demais relatos bíblicos, jamais poderíamos tratar Deus como se estivesse dividido em três pessoas diferentes, pois até mesmo em algumas Bíblias comuns é possível perceber que Ele é “uma pessoa” só, isto é, o Pai (vide Mc 12:29 (Tradução Brasieira), Jo 17:3, 20:17, 1 Co 8:5-6, Ef 1:17, 1 Tm 2:5, etc.).

Como ser cheio do “Espírito Santo”, isto é, da inspiração santa de Deus?

Primeiro de tudo, a Bíblia afirma que deve haver um arrependimento de pecados da parte do ouvinte da palavra de Deus, veja Atos 2:38.

Então, sem uma decisão firme da pessoa de retornar para Deus, o que implica diretamente em uma absoluta mudança de vida, jamais alguém receberia da inspiração Dele.

Como resultado da decisão pessoal de retornar para Deus, naturalmente o crente começa a caminhar na obediência da palavra Dele. E dessa forma é que Deus lhe dá de sua inspiração santa. leia Atos 5:32.

Logo, alguém que não demonstra qualquer interesse por conhecer a palavra de Deus, e consequentemente não tem mudanças santas em seu viver, não pode dizer que está cheio do “Espírito Santo”. A inspiração de Deus não move alguém a continuar sendo mal, profano, idólatra, imoral, infiel ou desonesto, na verdade é muito pelo contrário; vide 1 Cor. 6:9-11, Gál. 5:16-24.

Então, a partir do momento em que alguém tomar essas decisões, e seguir a Deus com sinceridade, verdade e obediência, pedindo a Ele, certamente começará a ser cheio do “Espírito Santo”, ou seja, da inspiração santa de Deus. E como vimos, isso fatalmente tende a transformar toda sua maneira de viver, pois a inspiração de Deus atuando no crente o levará à santidade, e a santidade está diretamente ligada á obediência da palavra do Todo Poderoso. Você poder ler mais a respeito disso no estudo “O que é ser santo” aqui no blog Bíblia se Ensina.

Porém, para darmos conclusão ao assunto, em João 7:37-39 o Senhor explica que aqueles que exercem fidelidade a ele, seguindo-o, teriam como que um rio de água da vida fluindo de seu interior. E de acordo com a interpretação do discípulo João, o Mestre falava isso daqueles que recebessem a inspiração de santidade dentro de si.

Deus certamente quer nos encher de sua inspiração! Veja Lucas 11:9-13.

Mas para a recebermos e sermos cheios/completos/preenchidos com ela, precisamos nos esvaziar de nosso ego e aceitarmos o ensino que Ele está ministrando a nós, desfazendo-se da vida velha inclinada ao mal, vícios, paixões e pecados (Rm 8:5-9). Mas como fazer isso na prática?

Ora, nós mencionamos Efésios 5:18 em nosso presente estudo bíblico, onde Paulo diz, “enchei-vos do Espírito”, ou traduzindo melhor, “enchei-vos da inspiração”. Mas este versículo não está sozinho neste texto. A partir de 4:17 são relacionados uma série de hábitos maus que os seguidores de Deus devem abandonar, e se permitirem ser cheios da inspiração Dele com a renovação de sua vida através do conhecimento.

Por isso, o conselho para nós é dedicar um tempo de qualidade no dia a dia para orar e refletir em tudo que diz Efésios 4:17 até 6:18, estudando como colocar cada conselho ali em prática, e assim se enchendo da inspiração divina.

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