A parábola do filho pródigo é uma passagem muito conhecida na Bíblia, muito lida nas igrejas, e o que poucos notam dessa parábola é a finalidade que Jesus teve ao contá-la.
Se você estivesse no lugar do irmão do filho pródigo qual seria sua atitude? Reflita nisso com este estudo bíblico.
Quero te convidar a refletir na finalidade de Jesus ao contar essa história neste estudo bíblico sobre a parábola do filho pródigo.
Neste contexto, o Mestre está fazendo uma crítica aos fariseus e líderes religiosos, que desprezavam a misericórdia, criticando Jesus por receber publicanos e pecadores, e comer com eles.
Porém, o Senhor não queria só a confraternização com tais pecadores, entenda:
[…] Os sãos não necessitam de médico, mas os que estão enfermos; eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. (Marcos 2:17 KJF)
Repare no início da conversa de Jesus com os fariseus e mestres da lei em Lucas 15: 1-3:
Então, aproximaram-se dele todos os publicanos e pecadores para ouvi-lo.
E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este homem recebe pecadores, e come com eles.
E ele lhes falou esta parábola, dizendo:
Jesus é criticado por sua postura, e logo após começa a contar três parábolas como forma de crítica pela rejeição aos pecadores que precisavam de Deus.
As três parábolas são: a parábola da ovelha perdida, da dracma perdida e por fim a do filho pródigo.
Se você já conhece esta parábola, já sabe que um filho pede sua parte da herança ao pai, vai se aventurar no mundo e gasta tudo o que tinha.
Não tendo mais recursos para sobreviver passou grande miséria e fome.
Quando não tinha nem o que comer arrependeu-se e voltou ao seu pai, que o recebeu de braços abertos, pois já o aguardava, e festejou o seu retorno.
A ira do irmão do filho pródigo se desperta ao ver a festa feita pelo retorno do caçula.
E ele se irritou e não queria entrar; portanto, saindo o pai, lhe rogava.
E, ele respondendo, disse ao seu pai: Eis que eu te sirvo há tantos anos, e em nenhum momento eu transgredi um mandamento teu; contudo, tu nunca me deste um cabrito, para que eu pudesse me alegrar com os meus amigos;
mas, vindo este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as prostitutas, mataste-lhe o novilho cevado.
E, ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que eu tenho é teu.
Mas era necessário fazer festa e regozijarmo-nos; porque este teu irmão estava morto, e vive novamente; tinha-se perdido, e foi achado. (Lucas 15:28-32 KJF)
As características do irmão do filho pródigo eram as mesmas dos religiosos a quem Jesus contava a parábola, por isso ele demonstrou tal ira contra seu irmão.
A Bíblia não diz qual foi a atitude do irmão mais velho depois que seu pai falou com ele, pedindo-lhe que entrasse para receber seu irmão.
Talvez porque Jesus deixou que os fariseus e doutores da lei com quem ele falava decidissem o que iriam fazer de sua rejeição aos pecadores necessitados de arrependimento.
Vejamos agora 3 possíveis atitudes que o irmão do filho pródigo poderia ter tomado após a conversa com seu pai, e vamos examinar com nossa vida o que temos feito diante de situações semelhantes a essa.
#1 Ele se acha santo demais, continua irado, se isola e não vai receber ao seu irmão.
Daí por diante a rotina do irmão mais velho continua a mesma, e ele não se reconcilia com o mais novo, simplesmente vive como se ele não existisse.
Imagina como seria a rotina dentro daquela casa… O irmão mais velho desprezando o mais novo; sempre que tivesse oportunidade jogaria na cara seus erros, passaria longe dele e não iria querer comunhão com o tal, e assim por diante.
Isto já faziam os religiosos que Jesus estava criticando ao contar essa parábola do filho pródigo (João 7: 49).
O que geralmente fazemos quando estamos com raiva de uma pessoa, mas temos que conviver no mesmo ambiente que o dela? Desprezamos, nos aborrecemos contra ela com facilidade, jogamos a pessoa pra baixo com críticas, a difamamos diante dos outros, jogamos seus erros na cara (Pv 17: 9), e assim por diante, não é mesmo?!
Imagina que ambiente hostil aqueles irmãos viveriam dali pra frente. Será que estamos nos comportando da mesma forma com alguém?
Podemos ainda examinar nosso comportamento com relação aos pecadores.
Temos nós rejeitado a estes, considerando que somos santarrões e que não podemos nos misturar com qualquer um?
Ou temos o mesmo comportamento do Filho de Deus, que quebrou as barreiras do preconceito e aproximou-se deles, levando-os ao arrependimento de pecados e à reconciliação com Deus?
Repare em Lucas 15: 1 que Cristo não se aproxima deles para participar de suas práticas e aprovar tudo que eles faziam, mas antes os pecadores que estavam se ajuntando a Cristo para ouvi-lo.
Isto significa que Cristo tinha uma postura de vida diferente, ou seja, santa e consagrada a Deus, por isso tinha autoridade para ensinar/evangelizar, então tais pecadores aproximavam-se dele porque Cristo os levava a Deus.
Nós devemos ser da mesma forma que Cristo! (Mt 10: 24-25; 1 Co 11: 1; Ef 5: 1)
Da mesma forma, nós somos o sal da terra e a luz do mundo, por isso se nos omitirmos ou formos negligentes, e de certa forma não estivermos presentes na vida dos pecadores, como eles crerão no evangelho e se converterão a Cristo? Quem pregará para eles e será um exemplo de vida cristã? (Rm 10:13-15)
Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder seu sabor, com que se há de salgar?
Para nada mais é bom senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade estabelecida sobre um monte;
nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas sobre um castiçal, e dá luz a todos que estão na casa.
Deixai a vossa luz brilhar diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está no céu. (Mateus 5: 13-16 KJF)
#2ª Atitude do irmão do filho pródigo: Ele continua irado e, saindo dali, vai desabafar sua indignação com seus amigos (v. 29).
Esta é mais uma daquelas situações em que ficamos irados e queremos logo desabafar com alguém.
Acredito que todos nós já tivemos tal atitude, não é mesmo?!
Com este desabafo o irmão do filho pródigo levanta calúnias contra seu irmão e seu pai, instalando uma dissensão na família que se estende por muito tempo após este feito.
Os outros parentes tratariam o filho pródigo com desprezo, não iriam querer conviver com ele. Os amigos do irmão mais velho nem se quer passariam na mesma calçada que o irmão mais novo; os empregados da casa só o atenderiam por obrigação de atendê-lo, mas não o suportariam, e assim por diante…
O que fazemos quando vemos um pecador, conhecido nosso, entrando para igreja?
Começamos a fazer comentários da vida dele para os demais irmãos em Cristo, difamando-o, e automaticamente fazemos que todos o olhem com rejeição? Ou o recebemos e o incentivamos a permanecer firme na fé, se santificando?
#3ª Atitude do irmão do filho pródigo: Ele joga seu ego (ou orgulho) no chão e vai receber a seu irmão arrependido.
Reconhecendo que agiu com falta de amor e teve um sentimento errado para com seu irmão e seu pai, o irmão mais velho vai receber o mais novo e ajudá-lo a restaurar-se.
Com isto, o irmão do filho pródigo pratica o que está escrito em Efésios 4: 31, veja:
“Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha e não deem lugar ao Diabo.” (Efésios 4:26-27 NVI)
– Leia também Efésios 4:31.
Esta era a atitude que Jesus esperava dos fariseus e mestres da lei.
E os fariseus, vendo isso, perguntaram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os que estão enfermos.
Ide, pois, e aprendei o que significa isto: Eu quero misericórdia, e não sacrifício; porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. (Mateus 9: 11-13 KJF)
Se pesquisarmos a história dos fariseus (mestres da lei), veremos que eles surgiram na época depois do exílio babilônico, que foi em cerca de 586 a. C., e tinham como responsabilidade orientar o povo israelita na lei de Deus, a fim de que não se esquecessem dela, visto que estavam longe de sua nação (destruída por Nabucodonosor).
Logo, os fariseus contemporâneos a Cristo deveriam levar os pecadores a reconhecerem que existe um Único e Verdadeiro Deus, e ao arrependimento mediante a confissão de pecados para a santificação, conforme o conhecimento das Sagradas Escrituras.
Tudo isto significa que eles deveriam seguir a Cristo, reconhecendo que Ele é o Messias, e assim deveriam aderir à sua missão.
Infelizmente o egoísmo e a “panelinha” tem ganhado destaque em muitas de nossas igrejas evangélicas hoje em dia!
Muitas são as pessoas que querem, e algumas que tentam se aproximar de Deus, mas devido a comportamentos como este do irmão do filho pródigo não conseguem prosseguir.
Lembremo-nos da advertência que Jesus havia dado aos líderes religiosos de sua época com relação à sua religiosidade:
Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino do céu aos homens; pois nem vós entrais, nem deixais entrar os que estão entrando. (Mateus 23:13 KJF)
A pergunta é: Temos nós sido religiosos também? Você tem sido?
Temos vivido conforme os fariseus, que desprezavam o restante do povo e consideravam-se só a si mesmos como dignos da presença de Deus? (Lc 18: 9-14)
Examine cada comportamento seu ao longo de sua vida cristã e responda para si mesmo esta pergunta (2 Co 13:5).
Leia mais sobre a religiosidade exagerada no estudo 8 perigos da religiosidade que você deve ficar atento!
Aprendendo o que significa misericórdia e andando como Jesus andou (1 Jo 2:6)
É muito bom estar no ambiente da igreja onde os irmãos vivem em paz e comunhão, características que atraem a presença de Deus a nós (1 Jo 1:7).
Mas precisamos tomar muito cuidado e nos policiar, para que não caiamos na cegueira espiritual de não enxergar quantos pecadores ainda necessitam de arrependimento e salvação.
A igreja de Cristo perderá seu real propósito, e se tornará um frio ajuntamento de pessoas religiosas, se não continuar a fazer discípulos e ser rica em misericórdia, perdão e boas obras (Mt 9: 10-13)
Livremo-nos do fermento dos fariseus e da religiosidade oculta dentro de nós (Mt 16: 5-12).
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Como você pôde notar neste estudo bíblico, estudar o contexto bíblico é muito importante para se ter um entendimento mais amplo do que o Senhor nos ensinou.
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Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. (Lucas 15:7 ACF)
8 Comments
Boa noite meu irmão Gabriel.
O senhor so vivia no meio de víboras perigosas.
A atividade daquele irmão foi totalmente errada, em relação ao que perdeu tudo.
Você se lembra, que no velho testamento o senhor Deus, falou pro povo de Israel, que quando um irmão perdesse seus bens, que o povo deveria ajudar a ele ter tudo de volta.;
Gabriel, e por isso que o senhor mudou o modo de pregar a palavra, e passou a pregar em parábola.
As pessoas de hoje em dia são iguais as do passado..
O senhor sofreu tanto, com a incredulidade da quele povo, que pediu ao pai, que passasse dele aquele cálice.
Gabriel eu não tenho visto mudanças em nada.
So tem ema coisa que temos quê guarda, a fe e a graça.
O senhor falou, pai a obra que tu me deste, esta consumada.
Prega o evangelho e a nossa missão
O viver bem com as pessoas não depende de nós.
E sim delas também.
Meu irmão Gabriel, gostaria de falar com você pelo telefone ou pelo zap.
Meu número e (21) 97638. 4074
Fiquei na paz do senhor.
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Oi Edson, WhatsApp 👇
bit.ly/wabse
E a realidade de hoje com muita de nossa igreja , e povo que ainda não se converteu..
Muito bom o estudo..
ESTUDO GLORIOSO.
Amém clariou muito a minha mente muito obrigado estudo abençoando
Agradecido estou por me enviar e receber este ensinamento das 3 dicas simples para aprender a biblia. este SERVIU do meu grande conforto na fe e no servicao do senhor. peco quen me envie mais dicas para eu saber como trabalhar para Deus. DEUS QUE TE ABENCOE E TE DA MAIS SABEDORIA PARA ENSINAR O SEU POVO.
Amém irmão Victorino, certamente publicarei mais estudos ainda, Deus continue te abençoando, um abraço 🙂