Cristo: O que é, significado e idolatria envolvida

Tendo sido a Bíblia escrita primeiramente e originalmente em Hebraico, a palavra original para “Cristo” é “mashiach” (מָשִׁיחַ). Traduzido para o português é literalmente “ungido” (Veja Lv 4:5, por exemplo). Dessa palavra hebraica também vem “Messias“. Ora, sacerdotes na Bíblia foram chamados de “messias”, isto é, “ungidos”, como conferimos no versículo citado acima e em várias outras ocorrências (cf. Êx 29:29, 6:22; Nm 3:3 etc.). Os patriarcas de Israel, que são chamados profetas, também foram chamados assim, bem como reis israelitas e pagãos (vide Sl 105:15; 1Sm 2:10; 2Sm 23:1; 1Cr 16:22; Sl 18:50; Is 45:1; Zc 4:14 etc.).

Além disso, vários objetos foram ungidos. como o altar da Tenda Sagrada de Deus, a própria Tenda, a arca, etc., vide Êx 29:36, 30:26, 40:9, dentre outros.

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A origem da palavra Cristo.

Explicação do significado da palavra Cristo nos idiomas originais (hebraico e grego) da Bíblia.

Quando a Bíblia foi traduzida para o grego pela primeira vez, por volta do ano 283 antes de nossa era, a palavra hebraica “mashiach” foi traduzida para o grego “christos“, de onde vem “Cristo“.

Assim, todos estes personagens e elementos citados mais acima foram chamados de “Cristo” na Bíblia grega. Para ser mais específico, o sacerdote israelita foi chamado de Cristo, os patriarcas (que também eram profetas), os reis Saul e Davi, o rei pagão Ciro, o altar do templo, a Tenda Sagrada etc. Todos estes são Cristos também! Veja os seguintes textos, já citados, no interlinear grego: Lv 4:5 (o sacerdote ungido, isto é, christos); 1Sm 16:6 (o irmão de Davi é chamado de cristo, ou seja, ungido); 1Sm 24:6 (Davi chama Saul de ungido – cristo – de Deus); Êx 29:36 (é ordenado que o altar fosse ungido – grego χρισεις (christeis), o mesmo acontece com a Tenda Sagrada e arca da aliança em 30:26, e assim por diante.

Ou seja, a palavra cristo, originalmente, não é um nome, mas apenas um adjetivo grego, sendo a tradução do hebraico mashiach, que traduzido para o português é ungido. Quem lê o texto grego da Bíblia está lendo exatamente essa palavra, “ungido”, e não um nome, bem como no caso do hebraico.

Mas essa situação começou a mudar na tradução bíblica em latim, que surgiu primeiramente em meados do século 2 de nossa era, com a Vetus Latina.

A tradução, tanto do hebraico mashiach, quanto do grego christos para o latim seria unctus, que também significa ungido.

(Faça uma experiência digitando “ungido” no Google Tradutor, por exemplo, e selecionando para traduzir para o latim).

Neste texto latino da Bíblia acontece o mesmo que nos casos hebraico e grego, onde sacerdotes são chamados de unctus, isto é, ungidos, bem como patriarcas/profetas, reis, além dos utensílios da Tenda Sagrada; veja Lv 4:16 (sacerdote), 2Sm 1:21 (Saul ungido rei), 1Cr 14:8 (Davi é o rei ungido, ou seja, é o unctus), e daí por diante.

Agora, Jesus, ou Yeshua no original, também é chamado de ungido na Bíblia, e muitas vezes. Um dos textos que o chama assim é Atos 4:26, que é uma recitação do Salmo 2:2. Aqui, nas bíblias comuns, o grego christos foi traduzido por ungido, mas em outros textos não. Neste ponto, já começamos a ver a diferença e como o texto latino passa a se apropriar da grafia grega christos para torná-lo um nome. Pois, na bíblia latina, em ambos textos mencionados, Atos 4:26 e Salmo 2:2, como se refere a Jesus/Yeshua, não se fez mais a tradução do grego christos para o latim unctus, em vez disso criou-se uma forma latinizada da palavra grega, tornando-se christum. E isso, na verdade, acontece em vários outros casos, mas especialmente nos Escritos Nazarenos (o chamado “novo testamento”). Veja uma lista completa no texto latino publicado no site Studijní on-line bible, ou em qualquer outro.

Embora no texto em latim começou-se a criar tal variação textual, geralmente, nos textos originais hebraico e grego, são sempre a mesma coisa.

Com isso, os tradutores latinos da Bíblia começaram a fazer da palavra christum (cristo) um nome, e não um adjetivo, o que ela realmente é.

Mas onde que está a idolatria nisso? Está na teologia de homem-deus que se desenvolveu no decorrer deste tempo! O deus encarnado que passa a receber culto e adoração dos adeptos de tal crença, em lugar do Único e Supremo Criador do Universo.

Para conferir isso, vamos ler um comentário de um dos principais historiadores cristãos dos primeiros séculos de nossa era, que também foi teólogo.

É agora o momento adequado de mostrar que o próprio nome Jesus, como também o de Cristo, foram honrados pelos profetas consagrados de outrora.
Primeiro, o próprio Moisés reconheceu como é supremamente augusto e ilustre o nome de Cristo quando transmitiu a tradição dos tipos e símbolos místicos de acordo com o oráculo que lhe declarou:
— “Atenta, que faças tudo conforme o modelo que te foi mostrado no monte”, (Êx 25:40) – pois ao mesmo homem a quem, dentro do que era legítimo, chamou de sumo sacerdote de Deus, a ele mesmo chama de Cristo.
E dessa maneira, à dignidade do sacerdócio, que ultrapassa com ele toda a superioridade entre homens com honra e glória acrescidas, ele associa o nome de Cristo.

de Cesareia, Eusébio. História Eclesiástica, Livro I, cap. III (p. 22). CPAD. Edição do Kindle.

Vemos claramente nosso autor mencionado cometer erros de interpretação do texto bíblico, porque “cristo” não é um nome, por isso não é o sobrenome de Jesus, como muitos pensam, nem um nome composto. Mas quando lemos na Bíblia “Jesus Cristo”, no idioma original está escrito “Jesus (Yeshua), o ungido”, ou “o ungido Jesus”.

Na continuidade de sua exposição ele esclarecerá a criação de uma interpretação idólatra, se apropriando da pessoa do Messias Yeshua.

Até hoje [Cristo] é honrado pelos seus devotos por todo o mundo como rei; admirado como mais que profeta e glorificado como a palavra preexistente de Deus que veio à existência antes de todas as eras e que recebeu as honras do culto. Ele é também adorado como Deus.

de Cesareia, Eusébio. História Eclesiástica, Livro I cap. III (p. 23). CPAD. Edição do Kindle.

Ora, seria mesmo errado cultuar o Messias como Deus?

No passado, o rei Davi, que também foi messias/cristo, isto é, ungido, recebeu cânticos com elogios de seus compatriotas israelitas (1Sm 18:7). O senhor Jesus foi considerado um Messias, isto é, o homem ungido enviado por Deus para abençoar e liderar Seu povo.

Em Mt 21:9, por exemplo, as pessoas vão adiante dele dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas! (também em Mc 11:9 e Jo 12:13). Essas palavras não são de louvor a um deus, mas são recitação do Salmo 118:25,26, e celebram aquele que vem como representante de Deus entre Seu povo, por isso é dito “aquele que vem em nome do SENHOR“. Assim acontece em outros casos. Vejamos que o foco aqui é Deus.

Israelitas comuns jamais poderiam venerar um homem como um deus, nem considerá-lo um tipo de deus-segundo ou uma segunda pessoa da divindade, pois cada um deles estavam acostumados (bem como estão até hoje) a orar diariamente o texto de Deuteronômio 6:4, que diz: Ouça, Israel: O ETERNO é nosso Deus; o ETERNO é um! E um é igual a um, não é igual a dois nem três; um é igual a um!

Outro caso acontece na Revelação (Ap) 5:7-10, quando seres celestiais se curvam perante o Cordeiro de Deus (Yeshua) e entoam um cântico, dizendo: “Digno és de pegar o livro e de quebrar os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” Mas notamos no cântico que ele comprou e constituiu homens para Deus, logo, ele não é o próprio Deus. Vemos que o foco do cântico é o Deus Eterno, e a veneração ao Seu Messias leva as pessoas a adorá-Lo.

Além disso, o próprio Jesus (Yeshua) afirma: Ao ETERNO, teu Deus, adore; e preste culto somente a Ele! (Lc 4:8)

Aliás, o próprio “Cristo” (Ungido) afirma que o Pai é o Deus dele, basta ver Jo 20:17, Rv (Ap) 3:2,12 (também em 2Co 11:31, Ef 1:17 etc.). Portanto, essa história de homem-deus não existe, isso não é algo proveniente das Escrituras Sagradas, mas de uma má e tendenciosa interpretação delas, trata-se de uma invencionice que, na verdade, os pais da Igreja incutiram na crença do mundo todo.

Não obstante a tudo isso, percebemos que o objetivo do historiador e teólogo Eusébio de Cesareia vai além de fazer uma tentativa de explicação do texto bíblico.

Ele, na verdade, é mais tendencioso do que imaginamos, o que vamos conferir no próximo comentário dele:

É evidente que pouco depois que a aparição de nosso Salvador Jesus Cristo foi dada a conhecer a todos os homens, veio, de repente, à existência uma nova nação; uma nação confessadamente nem pequena nem fraca, nem situada num recanto remoto da Terra, mas a mais populosa e invencível, uma vez que sempre teve o poder de Deus por sustento.
Essa nação, que apareceu no tempo determinado por inescrutável sabedoria, é a que, entre todas, é honrada com o nome de Cristo.
Um dos profetas, prevendo com os olhos do Espírito de Deus que esse povo surgiria, ficou de tal maneira tomado de admiração que exclamou:
“Quem ouviu tal coisa? Quem jamais declarou coisas semelhantes? Veio a existir a Terra em um só dia e uma nação a ser gerada de uma só vez?” (Is 66:8)
O mesmo profeta também dá alguma indicação do nome que seria introduzido:
“Os que me servem serão chamados por um nome novo, que será bendito sobre a terra”. (Is 62:2?)
E, de fato, embora sejamos evidentemente um novo povo, esse novo nome de cristãos vem se tornando conhecido de todas as nações.

de Cesareia, Eusébio. História Eclesiástica, Livro I, cap. IV (p. 26). CPAD. Edição do Kindle.

Eusébio de Cesareia, bem como alguns dos líderes cristãos anteriores e posteriores a ele, promove o surgimento de uma nova nação, ou melhor dizendo, de uma nova religião! Mas faz isso em detrimento da nação de Israel, da qual os próprios apóstolos de Jesus disseram: “Deus não rejeitou o seu povo”, e o próprio Deus já havia dito que nunca os rejeitaria como Sua nação (Rm 11:1-2; Jr 31:35-37).

Além disso, os textos dos profetas que Eusébio usa para justificar sua explicação são aplicados totalmente fora de contexto. O primeiro texto mencionado, de Isaías 66, relata uma profecia acerca do renascimento da cidade de Jerusalém, basta ver o v. 10. Já o segundo, que provavelmente é Isaías 62, também aborda a mesma coisa, isto é, o renascimento de Jerusalém, que todos os gentios (as nações) veriam e a chamariam por um novo nome; basta concluir lendo o versículo anterior, bem como o 4.

Devemos lembrar que na época de Isaías o reino israelita do norte já estava perdendo seus territórios e tendo seu povo disperso, e este profeta estava prevendo que aconteceria o mesmo com Jerusalém, tempos depois dele, que ela ficaria desabitada, o que aconteceu no tempo do profeta Jeremias, mas que voltaria a ser povoada. Veja nosso estudo com a ordem cronológica do cativeiro de Judá para saber mais.

Portanto, o historiador mencionado é totalmente tendencioso para se desfazer do povo bíblico escolhido por Deus, e usa de textos isolados para defender sua nova religião, visto que os judeus em seu tempo já não habitavam em Jerusalém e estavam atravessando várias perseguições em regiões diferentes, portanto sem ter como estabelecerem seu culto e serviço a Deus.

A nova religião ou nação que Eusébio promove (e queremos destacar que ele está escrevendo entre as três últimas décadas do 3º século de nossa era), promove também o detrimento de leis e costumes que o próprio Deus ordenou outrora para seu povo.

Assim, ele promove a chamada anomia na tradução grega das palavras aramaicas de Jesus. Anomia, que foi mal traduzido como iniquidade na maioria das bíblias, segundo o Dicionário Bíblico Strong (cristão), significa desprezo e violação da lei; condição daquele que não cumpre a lei porque não a conhece ou porque a transgride voluntariamente. Veja Mt 7:21-23.

(Dessa forma, uma tradução mais apurada das palavras de Yeshua em Mt 7:23 seria: Apartai-vos de mim, vós trabalhadores da violação da Lei [de Deus]. Ou seja, quem trabalha para promover que a Lei de Deus foi anulada, abolida, “cumprida” no sentido de descontinuada, ou qualquer outro sinônimo, ainda que alegue pregar e fazer milagres no nome do Messias (v. 22), não entrará no reino de Deus! Obs.: A Lei também chamada “vontade de Deus” ou “vontade do Pai”, vide v. 21),

Ora, é o próprio Eusébio que afirma que sua religião e de seus contemporâneos estava agora promovendo a eliminação de vários costumes, ordenanças e alianças da Lei divina (i.e. a Torá). Vamos conferir isso em mais um de seus comentários no livro já mencionado, que ele escreveu:

Eles [os patriarcas e seus ancestrais], portanto, não consideravam a circuncisão, nem observavam o sábado, como também nós; nem nos abstemos de certos alimentos, nem consideramos outras imposições que Moisés subseqüentemente entregou para serem observadas em tipos e símbolos, porque tais coisas não dizem respeito aos cristãos. […]
Dessa maneira, descobrireis, também, que essas pessoas piedosas foram honradas com o nome de Cristo, como na seguinte expressão:

“Não toques nos meus ungidos [meus Cristos] e não causeis dano aos meus profetas”.
De onde devemos supor simplesmente que a primeira e mais antiga religião conhecida, a daqueles homens piedosos ligados a Abraão, é a própria religião mais tarde anunciada a todos nas doutrinas de Cristo.

de Cesareia, Eusébio. História Eclesiástica, Livro I, cap. IV (pp. 26-27). CPAD. Edição do Kindle.

Com a narrativa de Eusébio citada acima, vemos que ele claramente começa a considerar a palavra “cristo” um nome, com isso ele comete um erro etimológico. Mas a intenção dele não era só isso, porque por trás deste “nome”, vemos claramente em outros comentários que ele “diviniza” um homem, fazendo dele Deus, criando com isso um ídolo e um culto alheio/distorcido das Sagradas Escrituras, que é prestado somente ao Pai, como vimos o próprio Jesus afirmar Lucas 4:8 (por exemplo).

Mas o que fazer agora, visto que “Cristo” (não me refiro a Yeshua) está sendo cultuado como um deus mundo a fora? A solução, basicamente, é voltarmos ao culto original, que está com o povo de Israel! (cf. Rm 9:4) Especificamente às comunidades que anunciam o Messias (Yeshua) em seu contexto verdadeiro e original. Aqui, nos unimos à Comunidade Judaica Netzarim do Pará através de estudos bíblicos online.

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Autor: Gabriel Filgueiras

Um caco de barro que com trabalho duro está sendo moldado pelo Criador.

7 comentários em “Cristo: O que é, significado e idolatria envolvida”

  1. A Palavra diz:

    E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.
    1 Timóteo 3:16

    E Tomé respondeu e disse-lhe: Meu Senhor e meu Deus.
    João 20:28

    5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
    6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
    7 Mas fez a si mesmo de nenhuma reputação, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
    8 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
    9 Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
    10 Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
    11 E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
    Filipenses 2:5-11

    DISSE o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
    Salmos 110:1

    E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.
    João 17:5

    30 Eu e o Pai somos um.
    31 Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.
    32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?
    33 Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia e porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
    João 10:30-33

    8 Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
    9 Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;
    Colossenses 2:8-9

    7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
    8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
    9 Disse-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Filipe? Quem tem visto a mim, tem visto o Pai, e como então tu dizes: Mostra-nos o Pai?
    João 14:7-9

    13 O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor;
    14 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;
    15 O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
    16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.
    19 Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse
    Colossenses 1:13-16,19

    E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo.
    1 João 4:3

  2. Quanta balbudia, quanta disputa, que remetente o espírito fariseu-saduceu à procura de um erro para matar:

    1) ‘Cristo’ (letra maiúscula) é diferente de ‘cristo’ (letra minúscula), tal como ‘Senhor’ é diferente ‘senhor’ e tal como ‘Salvador’ é diferente de ‘salvador’; Também é diferente a palavra ‘Ungido’ (letra maiúscula) de ‘ungido’; Alguém ser ‘ungido’ é diferente de quem é ‘Ungido’; O ‘Santo’ é diferente do ‘santo’.

    O que diferencia isto não é a etimologia da palavra, e sim é o sentido dado a estas palavras (cujo sentido não tem nada que ver com etimologia. Tem que ver com Teologia).

    2) Tu deduz que todos foram chamados de ‘Cristo’-‘Ungido’ (tu colocas em letra maiúscula) baseado na letra tal como ela é (etimologia, por exemplo), porém a letra mata.

    3) O facto de na tradução Latina não trocarem ‘Christos’ por ‘unctus’ (ou ‘Unctus’ em letra maiúscula), e em outras passagens usarem ‘unctus’ em vez de ‘Christos’, só prova que há um domínio sobre ambas línguas (Grego e Latim), porém tu deduz que isto foi feito na ignorância e por isto tornou-se ‘Christos’ um nome próprio.

    4) Citar Eusébio de Cesário, e ainda negritar umas letras, foi o auge:

    ‘nome de Cristo’ não significa que Eusébio disse que ‘Cristo’ é um nome próprio, um sobrenome ou nome composto, e sim significa: “nome do Ungido” (Yeshua).

    A interpretação que ‘Cristo’ é um nome próprio, sobrenome ou nome composto, não é a de Eusébio de Cesário ou de São Jerônimo.

    Eusébio usara um adjetivo (‘Ungido’), porém o sujeito na frase está oculto (é preciso interpretação para encontrá-lo).

    Eusébio não cometeu nem um erro de interpretação, até porque ele identifica quem é o sujeito em ‘nome de Cristo’. Quem cometeu algum erro é quem não enchega o sujeito oculto nas frases.

    5) Sobre Isaías 62:2:

    Quem abençoa, quem torna um nome abençoado, é o sujeito (pessoa; ser);

    Obviamente Eusébio identifica o sujeito nas frases tais como: ‘nome de Cristo’ (obviamente ele não confudiu adjetivo com sujeito/nome próprio).

    6) O restante do texto é pura apologetica (a nível dos fariseus) fundamentada na maldade:

    1) “Dessa maneira, descobrireis, também, que essas pessoas piedosas foram honradas com o nome de Cristo, como na seguinte expressão:
    — ‘Não toques nos meus ungidos [meus Cristos] e não causeis dano aos meus profetas’ “.

    Se o nome de Cristo é Jesus (ou Yeshua) e este nome (Jesus-Yeshua) significa Salvador, obviamente o que Eusébio diz é que o próprio Ungido (Jesus-Salvador) diz para não tocar nos seus ungidos e profetas (cristãos);

    Os ungidos-profetas (cristãos) protegidos pelo Salvador não tornam-se o Salvador (Jesus-Yeshua) apenas por serem ungidos (cristos), a ser, neste caso e em todos os casos, a palavra ‘cristos’ é um adjetivo a um sujeito ou a um Sujeito. Isto é interpretação básica.

    2) Todo o texto é baseado em falsas premissas, por exemplo a dizer que traduziram a Septuaginta para o Latim a considerar a palavra ‘Christos’ um nome próprio, sobre-nome ou um nome-composto (e não a entender toda uma erudição), e todo texto é baseado em uma apologetica que não entende a própria Teologia alheia (tais como os protestantes a defender a apologetica protestante);

    7) Por não entenderem a Teologia alheia, por exemplo a dizer que Jesus não é Co-Eterno ao Pai, fazem falsas acusações e falsas interpretações; Nosso Senhor Jesus Cristo não disse apenas que o Pai é o Deus dele, e nosso Deus, mas disse:

    “Jesus disse-lhe: Não me retenhas, porque ainda não subi para meu Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que subo para meu Pai, e vosso Pai, para o meu Deus, e vosso Deus.” São João XX, XVII

    Ora se Deus é Eterno, e Jesus foi ao Deus Pai, obviamente o Nosso Senhor é Co-Eterno ao Deus Pai e Nosso Senhor foi gerado do Deus Pai.

    Nem um ser finito conhece o Deus Pai pois o Deus Pai é um Ser Infinito.

    Somente quem conhece o Deus Pai, e quem está sentado ao lado direito do Deus Pai, é quem é Co-Eterno e Infinito tal como Deus Pai.

    Percebe-se que há somente uma substância: Deus Eterno e Infinito.

    O facto de não entender a Teologia alheia, a Santíssima Trindade, não muda o facto de o Novo Testamento é coerente com o Deus relatado no Antigo Testamento e é coerente com o Antigo Testamento.

    Quem é incoerente com o Deus relatado no Antigo Testamento são os gnósticos da Kabbalah:

    Que professam um deus imanente a ter a sua substância contida na finitude materialista — no caso, segundo a kabblah, a matéria finita é co-eterna ao Deus Eterno Infinito.

    1. Emerson, obrigado por compartilhar sua opinião. Umas observações: letras maiúsculas não existem no idioma original da Bíblia ou na língua que o Senhor pregava; e você disse “apologética a nível dos fariseus”, mas Jesus era fariseu também, veja, por exemplo, como começa a oração dele em Mt 6 e a dos fariseus, dentre outros sinais. E a respeito da doutrina da trindade, autores cristãos já confessam que ela não nasceu na mente dos escritores da bíblia, veja o estudo Shemá Israel e a doutrina da trindade aqui.

      1. Gabriel:

        1) Os fariseus-saduceus pertenciam a grupos políticos;

        2) Os fariseus-saduceus, principalmente os fariseus, defendiam e professavan o Mishnah, e o Nosso Senhor Jesus nunca professou os erros dos fariseus e nunca colocou o Mishnah à frente das Sagrada Escrituras.

        3) Os fariseus, já no tempo de Nosso Senhor Jesus, professam vãs doutrinas (gnose) e o Nosso Senhor nunca professou isto.

        Pára com as hipérboles, com os exageros, pois o Nosso Senhor nunca cairia no erro de professar o que os fariseus professam.

        Não é-à-toa que os fariseus mutilaram as Sagradas Escrituras entre os séculos I e II D.C: tudo isto para tentar esconder o cânone do AT usado por Nosso Senhor Jesus Cristo.

      2. Meu caro, eu concordo contigo que houveram indivíduos fariseus e saduceus perversos e corruptores das Escrituras, mas nem todos que faziam parte dessa orientação judaica eram assim, exemplos são Gamaliel, mencionado em Atos, e Hilel, que não é mencionado na bíblia mas existem rastros do ensino dele nela, como as decisões tomadas em Atos 15 de não doutrinar pessoas por meio da imposição forçada. Abraço.

    2. Bom dia, gostaria de saber a sua interpretação sobre Mateus 28, que diz que Jesus foi adorado após a sua ressurreição, primeiro pelas duas Marias e depois pelos discipulos.

      1. Carlos, a palavra “adorar” é a mesma para reverenciar, inclinar-se, encurvar-se, e usada também para se referir a outras pessoas, exemplo:

        “Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: Eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.”
        (ACF’11 Ap 3:9)

        Neste texto o próprio Mestre afirmou que faria umas pessoas virem e adorarem outra prostrados aos pés dela. Será que o tal se tornou Deus também por isso? Naturalmente que não!

        Essa questão só existe no português e no inglês ou outros idiomas latinizados, onde assimilamos “adorar” e “worship” somente a Deus, daí um tradutor colocou ambas em nossas bíblias só quando Jesus ou Deus Pai apareciam em cena, dando a entender que Jesus deveria ser adorado como Deus também, porém em outros textos a mesma palavra é traduzida por outra coisa. Ou seja, o texto é manipulado na tradução. Mas, como eu disse, no idioma original é só uma palavra, tanto para adorar, prostrar, reverenciar, honrar, inclinar, encurvar, etc., e a mesma é usada referindo-se a pessoas comuns ou ao Eterno ou ao Messias.

        Além disso, o próprio Mestre ensina que nossa adoração divina deve ser direcionada somente ao Pai, basta ver Lucas 4:8, enquanto que devemos honrar ao Messias pelo que ele é, nosso guia, líder, cabeça, chefe, o Rei representante do Divino neste mundo.

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