No testemunho de vida do apóstolo dos gentios, encontramos as características que todo pastor deveria imitar. Todo homem que quer ser um verdadeiro pastor, pode se inspirar nestes 7 exemplos do apóstolo Paulo para ter um ministério sincero e bem sucedido.
1) O pastor verdadeiro não negligencia o ensino.
“E não negligenciei vos proclamar as coisas que fossem de proveito para vossas almas, e vos instruir nas praças e nas casas”. (Atos 20.20 BP)

Paulo semeou humildemente e “com muitas lágrimas“, mas nunca fugiu, nunca se rendeu. A mensagem de salvação era muito importante de maneira que não perdeu oportunidade alguma para anunciá-la.
E além disso, pregou a mensagem de diferentes formas e a diferentes audiências. Entretanto, a mensagem permaneceu inalterável: arrependam-se de seu pecado e voltem-se para Deus pela fé.
2) Prega o Evangelho a todos, sem excessão.
“Testifiquei, tanto a judeus como a gregos, que eles precisam converter-se a Deus com arrependimento e fé em nosso Senhor Jesus”. (Atos 20.21)
Paulo nunca perde de vista o fundamento da mensagem que seu Mestre começou pregando: arrependei-vos, pois é chegado o reino de Deus. (Mat 4:17)
Nós realmente precisamos discorrer acerca de muitos assuntos para com os salvos e não salvos, o arrependimento de pecados, porém, é a essência de toda mensagem bíblica, pois sem este é impossível reconciliar-se e aproximar-se de Deus; este é, sem dúvidas, um dos maiores exemplos do apóstolo Paulo observados em suas pregações (vide 2 Cor 5:18-20), e todo pastor deve imitar a Paulo nisso, como ele imitou o Cristo (1 Cor. 11:1).
3) É obediente ao Espírito Santo, ainda que lhe seja caro o preço da obediência.
“Agora, constrangido pelo Espírito, eu me dirijo a Jerusalém sem saber o que lá me sucederá, senão o que o Espírito Santo em toda cidade me dá testemunho, dizendo: Estão preparadas para ti prisões e aflições.”. (Atos 20.22,23 BP)

É interessante ler o capítulo 21 de Atos dos apóstolos e ver como o apóstolo Paulo foi advertido por vários irmãos de que coisas ruins aconteceriam a ele em Jerusalém (At 21: 4,10,11). Estes irmãos previam isso pelo Espírito Santo, porém mesmo assim o apóstolo sabia que era necessário que fosse, pois sabia que essa era sua missão (At 21:12,13).
Ao prosseguir com seu plano depois de negar vários apelos dos irmãos, mais tarde, vemos como que o Senhor estava de fato com ele nisso (At 23:11).
Não só os pastores, mas todo verdadeiro servo de Deus sabe que as vezes o “preço da missão” é caro, mas por sua sinceridade, integridade e intimidade com Deus, ele sabe que o Senhor está com ele, e por isso entrega-lhe a vida aos pés.
Acerca disso você pode ler a obra de Arival Casimiro e Hernandes Dias Lopes, intitulada “Sofrimento, o preço da missão“.
4) Nega a si mesmo com o fim de cumprir com excelência a missão que lhe foi proposta.
“Mas a minha vida é estimada por mim como nada, desde que eu possa terminar minha carreira e o ministério que recebi de nosso Senhor Jesus para testificar acerca do evangelho da graça de Deus.”. (At 20.24 BP)
Frequentemente sentimos que a vida é um fracasso a menos que tiremos proveito dela: reconhecimento, diversão, dinheiro, triunfos. Mas Paulo pensou que a vida não tinha valor, a menos que se use para a obra de Deus.
Como vemos, era vital para o apóstolo se manter nos ensinamentos de nosso Senhor, que disse: todo aquele que deseja salvar a sua vida, ele a perderá; mas todo que perca sua vida por minha causa e do meu evangelho, ele a salvará. (Mac. 8:35 BP)
5) Exorta com seriedade e amor, um dos exemplos do apóstolo Paulo difíceis, mas extremamente necessário.
“Estejais, pois, alertas, e recordai que durante três anos, noite e dia, não cessei de vos admoestar com lágrimas a cada um de vós.” (At 20.31 BP)

A relação de Paulo com estes crentes é um formoso exemplo do companheirismo cristão. O apóstolo cuidou deles, os amou e inclusive chorou por suas necessidades.
Como Paulo, todo pastor pode edificar um companheirismo firme com outros cristãos, compartilhando, cuidando, entristecendo-se, alegrando-se e orando com eles. Pode reunir a outros a seu redor, somente dando a si mesmo a eles.
Conheça também uma outra leitura recomendada: Pastores de carne e osso, o perfil da integridade pastoral, por Alfonso Guevara.
6) O verdadeiro pastor é, ou pelo menos deve ser, desprendido materialmente.
“Não cobicei a prata nem o ouro nem as roupas de ninguém. Vocês mesmos sabem que estas minhas mãos supriram minhas necessidades e as de meus companheiros”. (At 20.33,34)
Paulo dedicou-se, em vários momentos, também ao trabalho secular com o objetivo de suprir as suas necessidades pessoais e a de alguns de seus companheiros de ministério. Isso ocorreu em Tessalônica (2 Ts 3:7-9); em Corinto (At 18.3; 1 Cor. 9:11-12) e, pelo menos, em Éfeso também, vide versículo acima.
Paulo trabalhava fazendo tendas para mostrar que estava livre de cobiça, não para converter-se em milionário. Manteve-se com seu próprio trabalho, assim como aqueles que estavam com ele (1 Ts 2:9).
Este é um dos mais nobres exemplos do apóstolo Paulo transmitido às demais gerações de líderes, porém mencionado não muitas vezes, ou de modo não profundo, em nossas igrejas.
Hoje, infelizmente, tem aumentado o número de líderes que vivem sonhando em abandonar seu próprio trabalho para “viver do ministério”, digo, às custas da igreja, com a desculpa de que este é o seu chamado. Verdadeiramente há homens que só abrem uma igreja com essa intenção, quando não se dão bem na igreja onde estavam.
No entanto, nem o Senhor e nem seu apóstolo transmitem este exemplo (vide Mat. 8:20).
7) Feliz em doar-se, um dos exemplos do apóstolo Paulo mais semelhantes aos de Jesus.
“E vos demonstrei em todas as coisas, de que como deve alguém trabalhar e atender aos que estão fracos, e ter presentes as palavras de nosso Senhor Jesus, que disse: Mais bem aventurado é quem dá do que quem recebe.” (At 20.35)
Um ministério que verdadeiramente honra a Deus deve se concentrar em dar, não em receber. Deus não vai abençoar o ministério de alguém que está preocupado com o dinheiro.
O Senhor Jesus Cristo coloca-o de forma simples e direta, quando disse: “Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro” (Mat. 6:24).
A todos os crentes é ordenado: “Que a vossa mente não se compraza no dinheiro, mas o que tiverdes vos seja suficiente.” (Heb. 13: 5); que é duplamente verdadeiro para aqueles em posições de liderança espiritual ( 1 Tm 3: 3; Tito 1: 7). Aqueles que se importam com o rebanho de Deus não devem fazê-lo para o ganho material.
Amor ao dinheiro sempre caracterizou os falsos mestres. (Veja aqui no blog as características do pastor mercenário na igreja atual)
No Antigo Testamento, Isaías (56:11), Jeremias (6:13; 8:10) e Miquéias (3:11) denunciaram os falsos líderes gananciosos de Israel. No Novo Testamento, Paulo descreveu os falsos mestres como aqueles que ensinam “coisas que não deveriam ensinar, para o bem de torpe ganância” (Tito 1:11). Simão também alertou contra a ganância dos falsos mestres (2 Ped. 2: 3).
O ministério de Paulo não foi caracterizado pelo materialismo egoísta.
O apóstolo declarou enfaticamente “De nenhum homem cobicei a prata, o ouro, ou a veste.” (At 20:33). Ele, então, apelou para a sua observação em primeira mão de seus três anos de ministério em Éfeso: “Vós bem sabeis”, lembrou-lhes, sem dúvida, levantando as mãos enquanto falava, “que estas mãos proveram as minhas próprias necessidades e para os homens que estavam comigo”.
Embora Paulo tinha todo o direito de receber apoio para o seu ministério (1 Cor. 9:1-6), e às vezes recebeu (2 Cor. 11: 8-9; Fp 4: 18-19), era seu costume se sustentar (2 Cor. 11: 7; 12:13 ; 1 Ts 2:9; 2 Ts 3:8). Isto o possibilitou “oferecer o evangelho sem encargos” (1 Cor. 9:18).
Paulo, então, apelou para que eles sigam o seu exemplo: “E vos demonstrei em todas as coisas, de que como deve alguém trabalhar e atender aos que estão fracos…“. O apóstolo não só sustentou a si mesmo, mas também trabalhou para ajudar os necessitados.
Extraído do Comentário bíblico John MacArthur.
Que exemplo sublime inspirado na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo!
Porque vós conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, por vossa causa se fez pobre, para que na pobreza dele enriquessêsseis. (2 Cor 8:9 BP)
Estudo bíblico inspirado no texto de João Eduardo Cruz.
One Comment
Maravilhoso estudo!
Deus seja louvado, parabéns pelo ensino que tem edificado muitas vidas homem de DEUS.