GRANDE INCÊNDIO DE ROMA
Em 64 d.C., o Império Romano era governado por um dos mais controversos, extravagantes e mal-afamados imperadores, Nero, o último da dinastia julio-claudiana. Nos dias 18 e 19 de julho daquele ano, a cidade de Roma foi acometida por um dos maiores desastres da Antiguidade. Um grande incêndio devastou os domínios de Roma, provocando incontáveis perdas materiais e humanas, sobretudo nas regiões mais populosas e antigas, como Palatino e Suburra.
Um dos historiadores da época de Nero que melhor narraram o episódio do incêndio foi Dion Cassisus.
Boa parte dos historiadores romanos, incluindo Cassius, acusaram veementemente o imperador Nero pelo ato, alegando que ele teria bons motivos para arruinar o centro de seu império:
1) ter a possibilidade de reconstruir Roma ao seu gosto (à qual daria o nome de Neroni) e acusar os judeus residentes, em especial os discípulos de Yeshua, que, na ocasião, estavam em crescente ascensão dentro do império, mudando os costumes antigos, convertendo e moralizando os pagãos (cf. Rm 1:8; 2:17; 3:29; 9:4; 11:1).
Nota: Os cristãos, tal como conhecemos hoje em dia, não existiam nos tempos bíblicos. em meados do 1° século EC, os discípulos de Yeshua apenas foram chamados “cristãos” (grego “christianos”, hebraico “mashirrim”), mas continuaram a viver como judeus. Para mais esclarecimentos, veja nossos estudos: 1) “Jesus” realmente fundou uma igreja, de acordo Mt 16:18? – 2) 10 Características dos verdadeiros cristãos.
2) Há ainda a hipótese de que Nero, em um dos seus ataques de insanidade e extravagância, teria incendiado a cidade para contemplar a destruição de Roma do alto da torre de Mecenas, enquanto cantava o poema Toiae Halosis, composto por ele mesmo e dedicado à destruição de Troia.
Pesquisas recentes afirmam que Nero não se encontrava nas imediações de Roma quando o grande incêndio aconteceu. Ele estava em sua residência de Ânico, a aproximadamente cinquenta quilômetros de distância da capital do império. Assim que soube da terrível fatalidade, Nero tomou as providências necessárias para que os danos fossem aplacados na medida do possível. Contudo, vários romanos juravam ter visto servos do imperador distribuindo os focos de incêndio pela cidade.
Tácito, também historiador da antiga Roma, foi um dos poucos autores antigos que se puseram a problematizar as causas do incêndio, levantando a hipótese de ter sido realmente acidental, haja vista que a cidade de Roma continha um número muito grande de construções em madeira, e os incêndios de pequeno porte eram frequentes.
Mas como grande parte da nobreza romana desaprovava as ações de Nero, sua imagem tornou-se diretamente associável com a calamidade. O fim do governo de Nero ocorreu quando, após um golpe de Estado orquestrado por vários governadores em 68 EC, o imperador deu cabo de sua própria vida.
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