É blasfêmia usar a letra J nos nomes bíblicos?

É blasfêmia usar a letra j nos nomes bíblicos?

Ultimamente tem surgido diversas seitas, “pensadores judaizantes” e “mestres do hebraico”, afirmando que os nomes bíblicos (em português) foram adulterados. Eles afirmam que é blasfêmia usar a letra J nos nomes bíblicos, pois ela não existe no alfabeto hebraico e foi criada na Idade Média, a “idade das trevas”, justamente para que o nome do Criador e do Messias sejam blasfemados. Afirmam ainda que o nome verdadeiro do Salvador é “Yahusha”, ou “Yahshua”, o nome do Eterno seria “Yahu”, ou “Yauh“. Vamos examinar isso?!

É errado, pecado ou blasfêmia usar a letra J nos nomes bíblicos?

De acordo com os eruditos e dicionários da língua hebraica, o nome do Salvador, o Filho de Deus, no hebraico é יֵשׁוּעַ (Yêshûwaʻ ou Yeshua).

Trata-se de um nome muito antigo, proveniente primeiramente de Josué, filho de Num (cerca de 1400 a. C.), que antes era pronunciado “Yehoshua“.

A primeira letra hebraica deste nome chama-se yud ( י ); trata-se de uma consoante (no hebraico não existem vogais, mas somente 22 consoantes) com som da letra “i” e geralmente transliterado pela letra “y”, por isso “Yeshua“.

No entanto, o que os judaizantes e “doutores em hebraico” estão se esquecendo de dizer é que a letra Y foi introduzida no alfabeto português somente em 1990.

Então se o nome correto do Salvador é “Yahusha” ou outro semelhante, como se escrevia isso com as letras do nosso alfabeto antes dessa década?

Tais pessoas estão ignorando deliberadamente que a letra “j” antigamente era a letra “i” usada como consoante.

Por isso, a transliteração do nome “Jesus” (com “j”) não está errada, a diferença da pronúncia do “j” fica a cargo do idioma, que no português recebeu som de “jota”, e não som de “i”. Por isso pronunciamos “gêsus“.

Em alguns idiomas o “j” continua com som de “i”. Faça você mesmo um teste: abra o Google tradutor, de um lado coloque português e coloque para “traduzir” para holandês. Então clique no ícone do auto falante para ouvir a pronúncia no holandês, e você vai constatar que a letra “j” tem som de “i”.

Nomes próprios não são traduzidos, mas transliterados e adaptados.

Imagine se você fosse um tradutor de Bíblia e vivesse no ano 1980. Como faria para transliterar ישוע (Yeshua) se você não tem a letra “Y” no alfabeto do seu idioma, neste caso o português, para transliterar a letra yud ( י )? Qual consoante teria que usar? 🙄

Por isso, essas pessoas que vivem criticando o nome do Salvador grafado com a letra “J” não sabem o que estão dizendo, pois estão ignorando a evolução e as regras gramaticais e linguísticas do idioma ao longo do tempo.

Eles dizem que nomes próprios não podem ser traduzidos ou mudados, chamam isso de adulteração; mas o nome na forma como eles julgam ser correta, seja “Yahushua” ou “Yeshua”, só foi possível ser grafado assim depois da década de 90, quando a letra Y foi adicionada ao alfabeto português, não fosse isso como iríamos transliterar um nome com uma letra que não existe em nosso alfabeto?

O yud pode ser transliterado pela letra i?

Embora em antigas traduções bíblicas tenha-se usado a letra “i” para transliterar o “yud”, segundo o livro Gramática Instrumental do Hebraico, do Antônio Renato Gusso (pág 26), o yodh ( י ), também conhecido como yud, embora tenha o som de i, não é vogal, portanto deve ser tratado como consoante. é transliterado por y para evitar confusões.

Para suprir a falta da letra Y na antiguidade, nos idiomas latinos, a letra “i” era grafada de modo diferente, sinalizando que estava sendo usada como uma consoante naquele caso; sua grafia era mais inclinada, como esta: i. Aos poucos isso foi se tornando a letra j.

No grego, também não havia uma letra que correspondesse ao som de “v” (letra “vav” do alfabeto hebraico – ו ), por isso o nome de Davi, por exemplo, era grafado assim: Δαυιδ (Dauid) ou Δαβιδ (Dabid), e era blasfêmia fazer isso? Era adulteração dos nomes próprios? Absolutamente não! Como é o caso do uso da letra j.

(Veja um exemplo da grafia do nome de Davi no texto grego em Atos 2:25).

Com o passar do tempo o i consoante (atual j) foi assumindo novos fonemas em outros idiomas latinos.

Quando surgiu a letra j?

Como vimos, a letra J foi originalmente uma versão alternativa à letra I. A distinção/separação das duas letras tornou-se evidente a partir da Idade Média, próximo ao período da Renascença, quando estavam ocorrendo diversas transformações na literatura e na gramática, por exemplo.

Pedro de la Ramée (c. 1515 – 26 de Agosto de 1572) foi o primeiro a distinguir explicitamente as letras I e J representando sons diferentes, então elas começaram a se “separar”, dando origem a uma nova letra.

Mas isso não aconteceu só com a letra i, pois até a letra u era usada como consoante antigamente, recebendo um formato mais parecido com a letra v, e no século 17 o “v” também foi classificado como uma nova letra, assim como o j da letra i.

Portanto, não dê ouvidos a essas pessoas que vivem criticando o uso da letra j para grafar o nome de nosso Salvador quando eles afirmam que esta letra foi criada para blasfemar dos nomes bíblicos, quando na realidade trata-se de mera questão linguística.

Eles estão fascinados com as fábulas que estão descobrindo e ficando loucos, irracionais.

O nome do Salvador, Jesus o Cristo, deveria ser proclamado em todas as nações (Lc 24:47), seu nome se refere à sua pessoa, sua essência, quem ele é, trata-se de um processo linguístico adaptar a grafia do nome às regras gramaticais de um idioma, e não uma blasfêmia, você não grafa “football” em português, mas sim “futebol”, ninguém vive falando “England” em português, mas sim a forma aportuguesada “Inglaterra”; uma tradução para essa palavra seria “terra inglesa”, mas não estamos a traduzindo, porém a aportuguesando para que se torne mais adequada à pronúncia e grafia de nosso idioma.

Quando estive em Macedônia, eu te supliquei que permanecesses em Éfeso para que ordenasses a alguns que não ensinassem doutrinas diferentes, nem prestassem atenção a fábulas nem a relatos de genealogias intermináveis, as quais servem mais para contendas do que para edificação na fé de Deus. (1 Timóteo 1:3,4 BP)

Veja o professor Fábio Sabino explicando que não há blasfêmia em usar a letra J nos nomes bíblicos e confirmando a historicidade dessa letra.

Autor: Gabriel Filgueiras

Um caco de barro que com trabalho duro está sendo moldado pelo Criador.

17 comentários em “É blasfêmia usar a letra J nos nomes bíblicos?”

  1. A Bíblia tem as piores transliterações possíveis e ainda tem teólogos que defende esses erros. Tá na hora de começar a ser mais sério com as Escrituras. Bando de idólatras

  2. Nome próprio não se traduz em nenhum idioma. Qualquer israelita que chegar ao Brasil não terá seu nome mudado.
    Só na bíblia acontece isso.

  3. Achei a sua explicação valida,mas como se escrevia na época do descobrimento do Brasil. Porque o Brasil já era povoado e nós dizemos que eles eram indígenas. Mas quando os Portugueses ,povoaram o Brasil como eram as suas escritas e o nosso país é misturados por várias etinias e nós somos considerados Brasileiros porque nascemos aqui. Mas nós somos descendentes de muitos povos, então as escritas eram diferentes . Então a minha pergunta é como eram o alfabeto português,de Portugal. E outra cada país tem uma maneira de escrever e de falar e a escrita não é padronizada. O nome de Jesus no hebraico ,seria Yashua e não Yeshua,porque no hebraico, não tem a letra (e) ela foi introduzido pelos massoreticos . E na época de Yeshua ou Yashua ,o gregos escreveu o nome de ιησους, Hebraico ישוע agora como nós ia ler esse nome ,em nossa língua nós nem sabemos o português direito. E outra se nós tivermos que ler o nome no original , então padroniza o alfabeto hebraico para todos os países ,pra falar uma só lingua a hebraica.

    1. Boa noite a paz do altíssimo YAUH esteja sempre presente em suas vidas em nome de YAUSHA isso vai acontecer

  4. Boa explicação. Mas acredito que a um equívoco, com todo respeito. A letra J nunca existiu em nenhum idioma antes do ano 1500. Já a letra Y existia se não em todos os idiomas, creio que na maioria. O original é o que manda, e não a troca porque um país ou outro resolveu adotar uma letra ou mudar sua forma de escrever como foi no Brasil.

  5. Nos dias de hoje muitas heresias e falsos ensinos estão fazendo Guerra contra a Palavra , ou seja A Revelação Escrita da Biblia, pra por em cheque a Desconstruíndo como estão fazendo com tudo a nossa volta. O site Hebraico sem Fronteiras , tema como translliterar o Som da Letra J no Hebraico ? Condiz com seu tema em questão. Obrigado pelo ensino. Abracos.

  6. Primeiro lugar NOME não se muda ele tem um NOME verdadeiro porém os falsos profetas distorce a verdade em mentiras. Ele nasceu na Judéia da Galiléia. O Nome dele é o tetra grama sagrado. Lá em Israel não existe esse nome jesus. todos que pregam esse nome jesus são falsos profetas contenda de homens corruptos de intendimento e privados da verdade. Não sabem nem o que dizem nem o que afirmam..

  7. Explicação sem fundamento se antes de 1980 não existia a letra( y )no português mais a letra (i )existia e o( y ) tem o som do ( i) traduzido para português 😎 se liberta povo dessa maldição a verdade está aí para quem quer ser liberto.

    1. Oi Geomario, eu só quero destacar que eu estou no time dos que defendem a transliteração original dos nomes, usar os nomes originais sem adaptações que modificam a estrutura e fazem perder o significado original do nome, porém preciso ser honesto que o que foi feito foram adaptações linguísticas, e não aqueles absurdos que dizem que os nomes transliterados e adaptados foram blasfemados. Eu acredito que se você está dizendo que minha explicação foi sem fundamento você deve ter outra melhor fundamentada explicando o contrário. Então por favor exponha aqui sua fundamentação e se eu estiver errado pode ter a certeza que vou até excluir o presente estudo ou reescreve-lo.

    1. O mais impressionante é que nome é próprio não se traduz, exemplo como é nome de um artista ou de um políticos, Donald Trump é esse nome no mundo inteiro, aí justamente uma letra que não tem nem 500 anos, é introduzida no livros pagão de Roma.. para enganar um povo que não sabem nem que é seus colonizadores.. O verdadeiro hebraico não é nem esse hebraico cheio de sinais massoretico.. O povo é muito fácil de ser enganados, essa letra J é letra do engano, e é esse o plano do inimigo, confundir ou se passar pelo lugar do verdadeiro..

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